Assim como os hospitais filantrópicos de todo o Brasil, a Santa Casa de Campo Grande aderiu ao movimento “Chega de Silêncio” e expôs a crise e os problemas causados pelo endividamento e pelo subfinanciamento do SUS (Sistema Único de Saúde) à população. Em protesto ao cenário preocupante, a unidade hospitalar anunciou hoje (19) o reagendamento das cirurgias eletivas em adesão à mobilização nacional.
O movimento organizado pela CMB (Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades
Filantrópicas), tem o intuito de chamar a atenção dos três poderes nas esferas municipais, estaduais, federal a respeito do deficit financeiro sofrido pelos hospitais e que se agravou ainda mais com a pandemia.
O presidente da Santa Casa de Campo Grande, Heitor Rodrigues Freire, revelou que mensalmente o hospital fica no vermelho e faz “malabarismos” para manter as contas em dia.
A preocupação em manter o trabalho tem, agora, outro alerta. Tramita na Câmara Federal, com votação prevista para os próximos dias, o projeto de lei 2564/20, originário e aprovado no Senado, e que institui o piso salarial da enfermagem.
Porém, o impacto dessa proposta para os hospitais filantrópicos que prestam serviços ao SUS será grande e o texto não indicada nenhuma alternativa de financiamento, o que traz o sentimento de desespero ao setor em como arcar com os custos se o projeto de lei for aprovado.
O presidente da Santa Casa reforça que não são contra o piso salarial. “Até então nós ficamos em silêncio. Estamos aqui fazendo o nosso trabalho com muito sacrifício e toda dedicação, mas agora com esse piso salarial da enfermagem, que nós consideramos legítimo e verdadeiro justo e somos a favor dele, o governo vai ter de nos suprir”, disse.
Ainda segundo Heitor, esse compromisso vai dar uma defasagem de mais R$ 2,9 milhões por mês e R$ 36 milhões por ano. Então esse é o nosso grito, porque não tem como dar conta disso financeiramente”, avaliou.
Cirurgias eletivas
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) informou que realiza pelo SUS uma média de 2.300 cirurgias eletivas por mês. Sendo que permanecem ainda aproximadamente seis mil cirurgias na fila de espera, que podem ser mais prejudicadas com a greve da Santa Casa de Campo Grande.
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(Dayane Medina e Suelen Morales)