Residências de padrão ‘Minha Casa Minha Vida’ demoram até seis meses para vender

Foto: Imóvel está pronto
desde março de 2023,
o proprietário está em
negociação para venda pelo
Minha Casa Minha Vida/Arquivo pessoal
Foto: Imóvel está pronto desde março de 2023, o proprietário está em negociação para venda pelo Minha Casa Minha Vida/Arquivo pessoal

Passado um mês, pouco é divulgado sobre número de financiamentos

Desde julho entrou em vigor as novas regras do programa Minha Casa Minha Vida, programa do governo federal para impulsionar o mercado imobiliário. Subsídios para famílias de baixa renda – com renda mensal de até R$ 2.640 e até R$ 4,4 mil (faixa 2) passou de R$ 47 mil para até R$ 55 mil, além de taxas de juros menores. 

A Caixa Econômica Federal não divulgou o valor e números de financiamentos até o momento. O cenário continua otimista, porém, imóveis que estão sendo construídos ou estão prontos para vender continuam com dificuldade de financiamento. 

O engenheiro civil Stênio Ribeiro Lata construiu um imóvel para comercializar, no bairro Nova Lima, em Campo Grande. O valor de mercado é R$ 300 mil. Há seis meses, ele busca comprador e espera que até o fim do mês feche contrato. “Acima disso (R$ 300 mil), demora até uns 12 meses (para a venda). Apesar da margem de lucro ser baixa – considerando os riscos, o investimento é viável, desde que a venda seja feita rapidamente. Pois, quanto maior o tempo de venda, menor é a margem de lucro. Com o imóvel parado, a incidência de roubos, furtos e vandalismo é muito grande”, alerta o engenheiro, que começou no segmento há três anos e hoje consegue vender de três a quatro empreendimentos por ano.

O correspondente imobiliário Josimar Silva espera que, após as alterações das medidas e também em razão da suplementação da alocação de recursos, haja aumento da demanda na aquisição de imóveis. “Conforme informações da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), o valor e o montante que vai ser disponibilizado para o programa vai aumentar em 41%, em 2024. Nessa modalidade, a não ser que o construtor erre muito na definição do produto, é difícil ter estoque desses imóveis, o que é produzido é vendido, tanto que há um déficit grande de habitação. Nessa modalidade, nesse perfil de cliente e nesse programa, são poucos os imóveis que não são vendidos”, pontua o correspondente que, em geral, faz a intermediação entre banco – neste caso, a Caixa Econômica Federal e o comprador.

Ainda segundo Silva, os índices de inadimplência do programa são reduzidos, pois as pessoas priorizam o investimento. “A inadimplência do financiamento imobiliário é menor do que em outras modalidades de crédito ou financiamento. Ainda mais neste programa, porque geralmente é o único imóvel que a família adquire, então é onde ela mora. É uma das prioridades no orçamento familiar, o pagamento da prestação do financiamento imobiliário. A inadimplência é como em qualquer outra modalidade de crédito. Mas, no financiamento imobiliário, ela é bem reduzida”, avalia o correspondente.

O presidente do Creci-MS (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul), Eli Rodrigues, afirma que o programa tende a atender a maior parcela da população e Mato Grosso do Sul tem imóveis para as demandas que virão, com a liberação do financiamento. “O que ajudou a movimentar o Minha Casa Minha Vida foram os juros menores no financiamento apresentado pelo programa e o aumento no subsídio oferecido pelo governo. Além de aumentar a faixa de enquadramento dos imóveis, o que beneficiou uma grande parcela da população.

Como participar do programa 

O Minha Casa Minha Vida é o atual programa habitacional do governo federal que substituiu o antigo programa, Casa Verde e Amarela. Seu principal objetivo é subsidiar a compra da casa ou apartamento próprio para famílias com renda de até R$ 8 mil. O grande diferencial está nas taxas de juros mais baixas, para todo Brasil.

O programa Minha Casa Minha Vida é uma iniciativa do governo federal que oferece condições atrativas para o financiamento de moradias nas áreas urbanas para famílias de baixa renda. Em parceria com Estados, municípios, empresas e entidades sem fins lucrativos, o Minha Casa Minha Vida propicia o sonho da casa própria para milhares de famílias brasileiras. 

Para participar, é preciso fazer o cadastro por meio dos programas disponíveis de financiamentos Agehab (Agência de Habitação Popular do Estado de Mato Grosso do Sul), MCMV (Minha Casa, Minha Vida) e Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) e cadastrar os dados pessoais no sistema de inscrição compartilhada da casa própria ou procurar a assistência social da Prefeitura. Após optar pelo financiamento no site, deverá procurar a prefeitura, para oficializar a inscrição.

Para realizar a sua inscrição é preciso ter em mãos certidão de nascimento, RG, CPF, comprovante de rendimento, CTPS, holerite, CID – caso você ou dependente da família possua deficiência e/ ou doenças crônicas incapacitantes ao trabalho (declaração ou atestado cedido pelo médico, comprovante de residência atualizado, certidão de nascimento dos filhos e, caso seja casado, RG e CPF do cônjuge.

Por – Julisandy Ferreira

 

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