As queimadas que atingem Amazônia desde o fim de julho têm sido tão fortes que podem ser vistas do espaço, segundo fotos do satélite Aqua, divulgadas pela agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa (National Aeronautics and Space Administration), nesta quinta-feira (21).
A Nasa afirma, em nota, que, embora a atividade de incêndios florestais tenha aumentado no Amazonas e em Rondônia, está abaixo da média em outros estados, como o Mato Grosso e o Pará. Mesmo assim, o fogo já consumiu mais de 20 mil hectares de vegetação.
De acordo com a agência, “o número dos incêndios pode ser um recorde” e a fumaça que aparece nas fotos é o resultado disso. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre janeiro e agosto deste ano, as queimadas aumentaram 83% em relação ao mesmo período do ano passado — o que representa o maior número registrado nos últimos sete anos, com 72.843 pontos de incêndios.
Apesar de a época ser propícia para incêndios florestais, já que o tempo seco do inverno contribui para que o fogo se espalhe, a agência americana diz que é em setembro que a atividade atinge seu pico. Neste ano, o auge foi um mês antes — e não aconteceu somente por conta de causas naturais.
Outros dados do sistema de alertas em tempo real Deter, divulgados também pelo Inpe, mostram um aumento de mais de 40% nos alertas de desmatamento entre agosto e julho. O mês passado registrou o pior número de alertas de perda de floresta para um mês na série histórica, referentes a 2.254,9 km². No mesmo mês em 2018, o índice foi de 596,6 km², um aumento de 278%. (Exame)