Conjunto de alimentos está custando R$ 719,94, conforme pesquisa
Mesmo com queda de 3,12% no preço da cesta básica, em Campo Grande, consumidores se demonstram perplexos com os valores dos produtos que compõem o “sacolão”. Ao realizar compras básicas para o dia a dia, a opinião é unânime: de que não houve reflexo positivo no bolso.
Dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), referente ao mês de fevereiro, mostram que o conjunto de alimentos está custando R$ 719,94, estando entre as cinco mais caras, entre as capitais brasileiras.
O corretor de seguros Adalberto Luiz Lorençone, de 52 anos, é o encarregado de realizar não só as compras para sua casa, mas também para a da mãe e da namorada. Ele assegura que com toda sua rotina de mercados, os preços não estão nem de longe mais baratos.
“Na verdade, acho é que aumentou. Em janeiro, eu até achei que teve uma baixa em algumas coisas, não sei se uma espécie de ressaca do fim de ano, mas em fevereiro senti uma boa subida no preço das coisas”, comenta.
“Alimentação básica e produtos de limpeza com certeza foram os que mais aumentaram. O preço está um absurdo. Imagina pagar nove reais no litro da água sanitária. O que tenho feito é partir para marcas alternativas, a gente vai diminuindo a qualidade para não deixar de comprar os produtos”, completa o consumidor.
O casal Elias Anúncio, de 42 anos e Priscila Mendes, 36 anos, cuidadora de idosos, também relata não terem observado qualquer queda. “Está tudo tão caro que nem compra mensal estamos fazendo. Ando só complementando o que já tem em casa mesmo, para ver se economizamos um pouco”. Entre os produtos que mais obtiveram elevação nos valores, Elias destaca ovos, item que ele conta ter pagado R$ 22, e ainda as proteínas, como carne bovina e frango.
Ranking
De acordo com o Dieese, a cesta básica diminuiu em 13, das 17 Capitais pesquisadas, sendo que Campo Grande (-3,12%) aparece entre as três primeiras com um dos maiores índices de redução. Na frente da Capital estão Belo Horizonte (-3,97%) e Rio de Janeiro (-3,15%).
Em oposição, foram observadas elevações em quatro capitais do Norte e Nordeste: Belém (1,25%), Natal (0,64%), Salvador (0,34%) e João Pessoa (0,01%).
Salário mínimo
O departamento de estatísticas aponta ainda que ao utilizar como base o salário mínimo atual (R$ 1.302) em seu valor líquido, ou seja, após dedução de 7,5% da previdência social, o trabalhador comprometeu, em média, 56,33% de sua remuneração em alimentação, no mês de fevereiro deste ano.
Para adquirir os produtos básicos da cesta é necessária uma jornada de trabalho de 114 horas e 38 minutos, menor do que a de janeiro, que foi de 116 horas e 22 minutos. Já em fevereiro de 2022, a jornada média foi de 114 horas e 11 minutos.
Produtos
A batata foi o produto que mais apresentou queda em fevereiro, de 21,24%. O preço médio vendido em janeiro era de R$ 6,59; em fevereiro, caiu para R$ 5,19.
O tomate também teve queda, de 18,63%; óleo de soja (-4,63%); carne bovina (-2,02%); café em pó (-0,67%); banana (-0,58%); e o açúcar cristal (-1,02%). Se comparar a 12 meses, o açúcar teve queda de 11,70%, café em pó de 4,68%, carne bovina de 4,27% e óleo de soja de 10,60%.
Do lado das altas, o leite de caixinha encerrou o mês com alta de 1,24%; feijão carioquinha (2,82%); manteiga (2,03%); arroz agulhinha (1,98%) e pão francês (0,88%). O preço médio do feijão carioquinha passou de R$ 7,38, em fevereiro do ano passado, para R$ 9,17, no mesmo mês de 2023.
Por Evelyn Thamaris – Jornal O Estado do MS.
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