Primeiro grupo de rap indígena do país, Bro MC’s tocam com Alok em encerramento de competição de Free Fire
De Mato Grosso do Sul, o primeiro grupo de rap indígena do Brasil, Bro MC’s, se apresentou no evento “Game Changer”, junto ao DJ Alok, em São Paulo, na quarta-feira, deixando marcado na história da comunidade indígena de Dourados, o dia 22 de setembro.
O Bro Mc’d tem tomado espaços importantes e conquistado o público com um som original, o que acabou chamando a atenção do DJ Alok, músico que tem se envolvido ativamente nas pautas indígenas por meio da música e seu álbum em destaque intitulado ‘Futuro Ancestral’. A parceria resultou no lançamento de um novo trabalho entre o grupo e o DJ.
“É sempre importante pensarmos nas questões indígenas, os povos originários e isso todos deveriam fazer, pois a luta indígena é de todos. O Alok é um dos artistas que se aprofundou mais nessa questão. Ele é uma pessoa que abraça a causa e hoje vemos ele junto na luta. É um dos maiores Djs do mundo, e isso oferece mais força e peso a nossa luta, que será mais forte e toda força é sempre bem-vinda nas nossas lutas”, afirma um dos integrardes do grupo, Charlie Peixoto.
Os Mc’s têm ganhado espaço no cenário musical do país, e de acordo com Bruno Valon, o convite de Alok é um resultado do trabalho que o grupo vem desempenhando.
“Este é um grande mérito do nosso trabalho, que representa nosso povo originário do Pindorama [Brasil]. Isso mostra que nós, povos originários, estamos ocupando os espaços que queremos. O Bro Mc’s já tocava pra fora do Estado, então isso é resultado de um trabalho que plantamos um dia e agora estamos colhendo”, pontua o integrante.
PÓS PANDEMIA
O grupo acredita que ter tocado com o DJ pode abrir caminho para que conquistem um novo público. Os Mc’s já têm mais de 10 mil seguidores nas redes sociais, e a parceria com o Alok pode trazer ainda mais pessoas.
“A parceria é muito importante porque novas pessoas podem nos conhecer e ter conhecimento também da nossa luta com a questão indígena, isso é bacana porque podemos mostrar ainda mais a nossa realidade, a realidade das comunidades indígenas”, afirma Clemerson Batista.
O objetivo imediato do Brô Mc’s é voltar para os palcos e encontrar o público. O grupo espera o fim definitivo da pandemia para que possam voltar a sentir o calor humano dos shows.
Além disso, novos projetos vem por aí. “Queremos gravar o quanto antes nosso disco e podermos voltar a fazer shows, porque estamos com uma saudade imensa do nosso publico. Ficamos muito tempo parado, amamos muito os nossos fãs e esperamos ansiosos pelos shows presenciais”, considera Kelvin Mbaretê.
O EVENTO
O Game Changer é um campeonato de Free Fire promovido pelo DJ Alok e reuniu cerca de 12 times na disputa por um prêmio que totaliza R$120 mil. Esta foi a segunda edição da competição que distribuiu cerca de R$ 350 mil em premiações.
Nas comunidades indígenas o game é tão popular que existe até a ‘Copa das Aldeias’, o que mostra que os jogos vão além de uma ferramenta de distração, é também uma ferramenta de interação social, estudos e pesquisa dentro das aldeias.
(Texto: BEATRIZ MAGALHÃES)