O gerente executivo do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul), Edson Lazaroto, comentou exclusivamente ao O Estado sobre a redução, em torno de 0,17 a 0,20 centavos, no preço final do óleo diesel. Segundo ele, o percentual de 3,5% reduzido a partir de amanhã (4), é benéfico para Mato Grosso do Sul.
“Principalmente por ser um Estado eminente do agronegócio e a queda desse valor reflete diretamente toda a cadeia produtiva e, consequentemente, a inflação, que está extremamente alta no Brasil e Internacionalmente. Foi a primeira vez que houve redução do óleo diesel neste ano no Brasil. Esse fator é resultado da pouca oferta e muita demanda, devido juntamente aos problema que ocorreram da guerra da Ucrânia e a Rússia”, explica Lazaroto.
Segundo o presidente do Sinpetro, a dificuldade em reduzir o preço do diesel nas bombas é resultado de pouca oferta da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que hoje, após uma reunião, resolveu aumentar a produção, refletindo imediatamente na redução do preço.
O Estado Online foi até Posto Karia Locatelli, na rodovia saída de Campo Grande para São Paulo e entrevistou dois caminhoneiros que vieram de Mato Grosso, dizendo a respeito da redução, do impacto econômico pessoal e até no investimento do próprio veículo.
Motorista há 9 anos e funcionário de uma transportadora de soja, Valdemir Souza de Almeida, veio de Mato Grosso descarregar no Porto de Paranaguá. Ele, que dirige um caminhão Volvo 440, diz que abastece a cada 1,2 mil quilômetros, dependendo da estrada.
Além disso, Valdemir está acostumado a abastecer com o diesel valendo entre R$ 7,56 e 7,65, chegando a abastecer por R$ 7,14 em Campo Grande. “Se baixar mais [o preço do diesel], melhor ainda. No frete, nós gastamos mais do que ganhamos. Já faz diferença. Numa viagem dessas abastecemos em torno de três vezes. O que equivale a 9 mil de abastecimento.”
Ismael Pereira, caminhoneiro com 12 anos de experiência, veio de Tapurah (MT) transportando 74 toneladas de milho com o destino também até o Porto de Paranaguá. Segundo ele, rodou até agora 2,3 mil quilômetros e fez uma série de reclamações que afetam o setor.
“Pagamos R$ 2,250 mil só de pedágio de Corumbá para o Rio de Janeiro, por exemplo. As estradas de MS não tem nem acostamento, inclusive, nesta madrugada quase vi uma tragédia. Com a redução de 0,20 centavos, em uma viagem de 2 mil litros de combustível, economizamos R$ 400. É pouco, porém já ajuda”, conclui.
Com informações dos repórteres Willian Leite com Marcos Maluf