Preocupados com a arborização, moradores fazem mutirão para o plantio de grama

Orla
Foto: Nilson Figueiredo

Secretaria municipal de Infraestrutura auxiliou população cedendo terra

Inaugurada há mais de 10 anos, a Orla Morena passou, recentemente, pela primeira revitalização. Com obra estimada em R$ 348.136,70, o foco principal da reforma foi voltado para a acessibilidade do parque linear, que margeia as duas pistas da avenida Noroeste, entre a avenida Júlio de Castilho e a rua Plutão, em Campo Grande. Deixando o paisagismo e a arborização de fora da revitalização, moradores da região resolveram agir por conta própria em um mutirão, realizado no último sábado (20).

Construída no antigo traçado dos trilhos, a Orla Morena recebeu, conforme o projeto, a recuperação do calçamento, playground, troca de equipamentos da academia ao ar livre e lixeiras. No playground, foi efetuada a retirada dos brinquedos em madeira para a colocação de novos. Também houve substituição parcial da tela de alambrado em torno do espaço e troca da areia por piso emborrachado.

Ao jornal O Estado, o presidente da Associação de Moradores do bairro Cabreúva, Eduardo Cabral, explicou a situação.

“A reforma da Orla faz parte do Reviva Centro. Essa reforma, que saiu aqui, foi para acessibilidade, e, com isso, não contemplou paisagismo e nem arborização. Nós, como associação de moradores do bairro Cabreúva, estamos pleiteando, desde 2021, para que fosse resolvida a questão dessas árvores, que estão sem a grama e com as raízes expostas, com risco de cair”, iniciou ele.

Ao realizarem a reforma da acessibilidade, foi feita a instalação de piso tátil e de placas em braile, no início e fim dos corrimãos, sinalização visual para degraus, em faixa reflexiva, além da adaptação do teatro de arena para receber cadeirantes. Algo que foi bem-vindo para os moradores, mas ainda faltou outros pontos a serem contemplados.

“Diante disso, nosso grupo de moradores resolveu, por iniciativa própria, fazer esse mutirão, para tentar melhorar a situação que nos preocupa, em um ponto tão importante da cidade, que é a Orla Morena. Temos um grupo da associação dos moradores do bairro, no WhatsApp, que conta com 230 participantes. Contudo, apenas 30 são realmente envolvidos nessas ações do bairro, seja com compra, trabalho e mão de obra. Unidos, podemos melhorar a região onde moramos”, pontuou.

Ainda segundo Cabral, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) forneceu terra para o plantio, já a grama, ficou por conta dos moradores. “Fizemos uma vaquinha entre a vizinhança e os feirantes (que estão toda semana por aqui) para a compra da grama. Agora, contamos com o poder público, para que finalize os outros pontos que estão necessitados, na Orla. Na outra quadra tem 200 metros na mesma situação, no assoreamento, quando chove”, afirmou.

Pela inclinação da região, nos dias de chuva, a água que vem do bairro Planalto invade o meio- -fio e o canteiro, jogando água e barro para dentro das pistas de caminhada e da ciclovia da Orla.

Esse sábado (20), foi o terceiro dia de ação dos moradores. “No primeiro sábado, viemos, colocamos os pneus para sustentar a terra e barrar a água. No segundo, colocamos as madeiras, para também fazer a contenção, e agora, no terceiro sábado, plantamos a grama neste espaço. Essa ação vai se prolongar, pois temos muito ainda o que fazer aqui, na Orla. Isso é por nós, que estamos sempre aqui, e por aqueles que também usufruem deste espaço de lazer”, ressaltou.

Morador do bairro Cabreúva há 23 anos, o aposentado Vicente Martins, 68 anos, foi quem incentivou os vizinhos a realizar a ação.

“Essas três árvores estão aqui há mais de 40 anos. Elas estão expostas e temos medo de caírem, algo que será ruim para nós mesmos. Então eu e o Eduardo, junto dos demais interessados, resolvemos agir. Antes que aconteça, com um bem nosso, vamos fazer alguma coisa, por isso, compramos as gramas e agora mobilizamos alguns moradores para plantar com a gente”, disse ele.

Participando da ação, a conselheira do Conselho Regional da Região Urbana do Centro, Suki Ozaki, comentou sobre a iniciativa.

“Nós sempre relatamos que as árvores podem cair, estão sendo assoreadas quando chove e vira lama, embaixo. Estamos nessa há três anos. E o mais difícil é que a reforma para a acessibilidade acaba não valendo de nada, pois, quando entra água, barro e lama, interdita o piso tátil e a ciclovia. A reforma foi boa, porém, faltou perguntarem para os moradores, que são os que vivem aqui, qual a problemática da região, para que tudo seja resolvido devidamente”, afirmou ela, à reportagem.

O jornal O Estado enviou a demanda para a Prefeitura e à pasta responsável e não obteve retorno, até o fechamento da matéria.

Por Brenda Leitte – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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