Prefeitura pretende cumprir a lei do piso de 20 horas para educação

professores
Foto: Nilson Figueiredo/Jornal O Estado MS

Passeata contou com a adesão de equipe pedagógica de 163 escolas, de Campo Grande

Professores de 163 das 205 escolas da Reme (Rede Municipal de Ensino) de Campo Grande aderiram à paralisação nacional na manhã de ontem (26), suspendendo as aulas em 79,5% das unidades de ensino da Capital. O grupo se reuniu nessa quarta-feira, na sede da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública) e, posteriormente, na praça Ary Coelho, no centro da cidade, onde saíram em passeata, pelas ruas.

O ato fez parte da 24ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação. Os profissionais realizaram o ato em favor do cumprimento da Lei do Piso Salarial, plano de cargo e carreira, segurança nas escolas, concurso público, gestão democrática e revogação

do novo ensino médio. Segundo o presidente da ACP, Gilvano Kunzler Bronzoni, um ofício foi enviado, na última terça-feira (25), solicitando a reunião com a chefe do Executivo. Após o encontro, a categoria está com boas expectativas, já que a prefeita Adriane Lopes (Patriota) sinalizou o cumprimento da lei.

“A prefeita mostrou que vai cumprir com a lei do piso, mas colocou que tem alguns problemas com os percentuais e as datas, mas que vai mandar uma proposta por escrito, ainda nesta quinta-feira e já pré-marcamos uma nova reunião, para o dia 4. A diretoria da ACP, recebendo essa proposta, pretende convocar uma assembleia geral para avaliar e voltar a conversar com ela, no dia 4”, destacou.

O MEC (Ministério da Educação) definiu em R$ 4.420,55 o novo valor do piso salarial dos professores de escolas públicas. Valor que representa um incremento de 14,95%. Com isso, este deve ser o valor mínimo de remuneração. Mesmo sem a proposta definitiva, o presidente da associação já pontua o momento de diálogo como positivo para a categoria. “O lado positivo é manter o diálogo, o pior para o serviço público é quando se encerra o diálogo.

Ela não encerrou, colocou que quer cumprir a lei, então, vemos que, em um primeiro momento, a questão de hoje foi positiva, mas, se vai culminar com a solução para o problema, temos que esperar”

Questionada pela reportagem, a prefeitura de Campo Grande confirmou que uma nova reunião já está marcada para a próxima quinta-feira, com a categoria, para analisar as propostas. “A prefeita

Adriane Lopes recebeu os representantes da ACP em seu gabinete, quando ficou agendada uma reunião para o dia 4 de maio, para dar andamentoàs tratativas quanto ao pleito da categoria”, confirmou.

Já na rede estadual, o presidente daFetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira, informou que os professores também se mobilizaram para lutar pelas demandas, porém, não houve paralisação ou greves nas escolas, como na rede municipal.

“Há cidades que pararam totalmente, mas a rede estadual não optou por isso. Tem cidades, como Campo Grande, Pedro Gomes, Dourados e Chapadão do Sul que pararam as aulas. São cidades que não cumprem o piso salarial”, detalhou ao jornal O Estado, durante a passeata.

“Como o governo do Estado cumpre o piso salarial dos professores, a Fetems optou por apenas realizar uma passeata, com a presença de representantes das escolas e caravanas de outras cidades do Estado”, acrescentou.

No ponto de vista da professora Ana Maria, 42 anos, as mudanças na educação, como o novo ensino médio, trazem atribuições as quais a classe não está preparada, por falta de estrutura nas escolas e outros pontos relevantes. “Nós queremos igualdade entre as escolas públicas e privadas.

Não é justo alguns alunos perderem hora-aula, enquanto outros, da rede privada, estão se preparando para o Enem e vestibular”, criticou a profissional, que trabalha nas salas de aulas da Reme há 20 anos.

A professora Sueli Veiga, 57 anos, há 35 anos na rede estadual, reconhece que a paralisação é o caminho ideal. “Quando fazemos um ato nacional, potencializa e dá visibilidade às nossas causas”, afirmou ela.

Conforme a Semed (Secretaria Municipal de Educação), os pais e alunos das escolas municipais foram comunicados, antecipadamente, das aulas canceladas. Elas serão repostas posteriormente.

 

Por Brenda Leitte – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

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