Medida que visa disponibilizar o ensino híbrido e reestruturar turmas dividiu opiniões entre professores
Em meio ao debate sobre o pagamento do reajuste de 10,39% exigido pelos professores da Rede Municipal de Ensino, a prefeitura de Campo Grande comunicou a decisão de encerrar as turmas do programa EJA (Educação de Jovens e Adultos), criada pelo Governo Federal em cinco unidades e oferecer a partir do próximo ano, o ensino na modalidade híbrida que alia as aulas à distância com encontros presenciais. Com isso, a Capital contará em 2023 com apenas 10 escolas que oferecerão a modalidade de ensino, medida supostamente adotada para juntar recursos e pagar o reajuste da classe.
Segundo o professor Gilvano Kunzler Bronzoni, novo presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), está marcada uma reunião para a última semana de janeiro de 2023 com a presença de professores e da equipe da Secretaria de Educação para debater as possíveis mudanças na EJA. As escolas afetadas são: E.M. Professora Adair de Oliveira, no bairro Vila Piratininga; E.M. Professora Maria Lúcia Passarelli no Jardim Aero Rancho; E.M. Professora Elizabel Maria Gomes Salles, localizada na Vila Santa Luzia; E.M. Doutor Tertuliano Meirelles no bairro Caiçara e E.M. Professor Wilson Taveira Rosalino também situada no bairro Aero Rancho.
“A princípio nos apresentaram uma proposta de política pública para a EJA. Isso a princípio nós parece um avanço entendendo que a EJA é uma modalidade de ensino com algumas especificidades, alguns pontos ficaram já assegurados, mas vamos aguardar essa reunião para ter posicionamento mais claro”, destacou.
Contudo, a noticia deixou alguns professores como é o caso de Fernando Leigue,35, que dá aula de matemática para os alunos da EJA desde 2012, preocupados.
“Sou lotado na EJA e são 15 escolas das quais 5 fecharão, eles querem colocar polos, mas fica muito contramão, tem região como a do Segredo onde fica a Escola Elizabel Maria Gomes que está fechando a EJA noturno e os alunos vão ficar desassistidos, por que não tem nenhuma próxima e é complicado”, lamentou.
Questionada, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) confirmou o encerramento nas unidades. “A Secretaria Municipal de Educação informa que oferece o Prefeitura de Campo Grande reordena cursos do EJA para jovens e adultos de cinco escolas Medida que visa disponibilizar o ensino híbrido e reestruturar turmas dividiu opiniões entre professores Educação curso da EJA (Educação de Jovens e Adultos) na etapa do ensino fundamental em conformidade com a legislação vigente. Cumpre esclarecer que para o ano letivo de 2023 está sendo organizado um reordenamento para a melhoria da oferta do serviço prestado à população em dez escolas polos, em formato híbrido, onde os alunos serão avaliados periodicamente – a cada semestre – para certificação de competência por componente curricular. O objetivo do reordenamento é a melhoria da oferta do curso e do serviço prestado aos alunos. Em relação aos professores (efetivos) lotados na EJA, eles terão prioridade na escolha das turmas nas unidades escolares que vão continuar ofertando a modalidade de ensino no próximo ano letivo”, finalizou a secretaria em nota.
Durante agenda de ontem (23), a prefeita Adriane Lopes (patriota) informou que não se trata de um fechamento. “Estamos fazendo um remanejamento das escolas mais próximas, pois nessas turmas haviam três ou quatro alunos e não compensava ficar abertas com esse número de alunos, então o secretário de educação está fazendo uma reestruturação e transferindo esses alunos para polos próximos de onde essas salas estavam abertas”, explicou.
Por Suelen Morales e Michelly Perez – Jornal O Estado do MS.
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