A concessão prevê R$ 804,4 milhões em investimentos nos terminais de Ponta Porã, Corumbá e no da Capital
Por Suelen Moraes – Jornal O Estado MS
A operadora espanhola Aena será a nova administradora dos aeroportos de Mato Grosso do Sul nos próximos 30 anos. Com um lance de R$ 2,450 bilhões, a empresa apresentou uma proposta com um ágio de 231,02% acima da outorga inicial prevista e arrematou o bloco SP/MS/PA/MG, que inclui 11 aeroportos brasileiros. Entre eles está o aeroporto mais cobiçado, o de Congonhas (SP), que receberá R$ 3,3 bilhões de investimentos. O leilão da sétima rodada de concessões aeroportuárias aconteceu ontem (18), na sede da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.
Ao todo, venceram a disputa da sétima rodada as empresas Aena Desarrollo Internacional, XP Infra IV Fundo de Investimento em Participações de Infraestrutura e o consórcio Novo Norte Aeroportos. As concessões garantem um investimento da ordem de R$ 7,3 bilhões, pelos próximos 30 anos, em 15 aeroportos brasileiros.
A Aena, vencedora do bloco que tem a maior previsão de investimentos, R$ 5,8 bilhões, prevê recursos de R$ 377,6 milhões para o aeroporto de Campo Grande (MS), R$ 192,6 milhões para o aeroporto de Corumbá (MS), R$ 234,2 milhões para o aeroporto de Ponta Porã (MS), R$ 278,3 milhões em Santarém (PA), R$ 131,2 milhões em Marabá (PA), R$ 168,2 milhões em Carajás (PA), R$ 151 milhões em Altamira (PA), R$ 438,1 milhões em Uberlândia (MG), R$ 267,5 milhões em Uberaba (MG) e R$ 216,5 milhões em Montes Claros (MG).
A empresa terá 60 meses para concluir a primeira fase de intervenções obrigatórias para elevar os padrões operacionais e de serviços de todo o bloco. De acordo com o secretário- -executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, não há pessimismos e a regionalização da aviação do Brasil já deu certo. “Esse modelo de concessão, em bloco, é elogiado internacionalmente por conta dos resultados. Por estarmos em um país continental, ele permite que grandes operadoras estrangeiras e nacionais atuem em aeroportos por todos os cantos do país. Temos certeza de que esses investimentos serão fundamentais para impulsionar a conectividade e o desenvolvimento em Mato Grosso do Sul.”
Já conforme o titular da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, Mato Grosso do Sul teve sorte ao entrar no bloco com o aeroporto de Congonhas.
“Entendemos que isso facilitaria a ter uma boa empresa/ concessionária para os aeroportos de Mato Grosso do Sul. A empresa vai procurar rentabilizar os aeroportos do Estado, com o aumento do fluxo de passageiro e do número de voos. O ágil muito superior ao esperado demonstra que o investidor está com o apetite e com um plano de negócios bastante sustentável.”
Por fim, o diretor-presidente da Fundtur-MS (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), turismólogo Bruno Wendling, acredita em bons resultados para todo o Estado no médio e longo prazo.
“Assim que eles começarem a administrar os aeroportos e realizarem os investimentos obrigatórios, os reflexos iniciais serão de melhoria. Quanto à oferta de serviços dos aeroportos, mais conforto pros passageiros, especialmente Campo Grande que é Capital, os reflexos serão em médio prazo. A longo prazo, aeroportos melhores possibilitam a captação de novos voos, a diversificação das linhas e o crescimento da demanda para o Estado.”
Sobre as demais concessões, a estreante XP Infra levou o bloco da Aviação Geral, composto por Campo de Marte (SP) e Jacarepaguá (RJ), ao oferecer R$ 141,4 milhões para investir R$ 560 milhões nos terminais. Já o Consórcio Novo Norte vai aplicar R$ 875 milhões nos terminais de Belém (PA) e Macapá (AP) após vencer o certame com uma oferta de R$ 125 milhões – ágio de 119,78%.
Com a realização do leilão da sétima rodada aeroportuária, o Brasil alcança a marca de 49 terminais aéreos concedidos e mais de R$ 17 bilhões em investimentos privados para o setor do transporte aéreo.
Passageiros demonstram alívio com liberação do uso de máscaras
Depois de mais de dois anos, as máscaras deixaram de ser exigidas nos aviões e nos aeroportos, após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar, na última quarta-feira (17), o fim da exigência do equipamento de proteção em voos no Brasil. Para outros a medida foi um alívio.
“Muitos lugares já haviam liberado, estava faltando mesmo eram nos voos. Eu achei ótimo, e acho que agora vai da consciência de cada um”, pontuou o militar José Lauro Martins, 66 anos, que estava acompanhado de sua esposa, Marvina Martins, voltando para casa no Espírito Santo, após passarem três meses em Campo Grande.
Apesar do fim da obrigatoriedade, as máscaras faciais e o distanciamento social continuarão a ser recomendados como medidas para minimizar o risco de transmissão da COVID-19.
Para o gerente empresarial Sidnei Santos, 30 anos, o fim do uso obrigatório de máscaras veio em boa hora, já que embarcaria para Portugal nessa quinta-feira (18), onde permaneceria por horas em voo internacional. “Quando eu vi que a medida foi aprovada foi um alívio. Ficar por horas de máscara causaria um desconforto imenso. Claro que levo comigo máscaras na bagagem, por precaução”, relatou.
Por precaução, o jornalista Leonardo Ferreira, 54 anos, optou por viajar ainda utilizando máscara. “Pretendo continuar com o uso de máscaras em lugares fechados como durante o voo. Fico feliz que as coisas estejam voltando à normalidade, mas todo cuidado é pouco, após um período tão crítico como o que passamos. Podemos escolher, e eu escolho me proteger”, afirmou Leonardo, prestes a embarcar em Campo Grande para Brasília. (Brenda Leitte)
Prefeitos criam expectativas
Os prefeitos das cidades contempladas pela concessão dos aeroportos de Corumbá e Ponta Porã comemoraram o sucesso do leilão.
O prefeito de Corumbá, Marcelo Aguilar Iunes (PSDB), afirmou que as expectativas são de maiores investimentos. “Esperamos um aumento de voos que atendam a população de toda a região do Pantanal. Atualmente o voo diário Corumbá-Campinas tem alta proporção de ocupação, sendo de extrema importância para o desenvolvimento do turismo, pecuária, mineração e demais atividades econômicas do município”, ressaltou.
Já para o prefeito de Ponta Porã, Helio Peluffo (PSDB), a expectativa é de melhoria e ampliação do transporte de cargas. “A empresa terá nosso total apoio no que for necessário. A privatização sempre é boa, dá agilidade, prospecta novos negócios, e temos uma expectativa de transformar o aeroporto de Ponta Porã também em um aeroporto de cargas, já que estamos numa região de turismo de compra”, prospectou.
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