MS segue sem registros da nova droga K9, que invade as ruas de São Paulo
Apesar da capital sul-mato-grossense não ter indícios de novas drogas, como a temida K9, que já chegou aos grandes centros de São Paulo e Rio de Janeiro, a cocaína e maconha continuam sendo o carro-chefe do tráfico local. Segundo o delegado de Polícia Civil, Hoffman D’Ávila, por fazer divisa com a fronteira e cinco Estados brasileiros, Campo Grande tem se tornado um entreposto para a redistribuição de entorpecentes.
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Conforme o delegado que atua na Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), em Mato Grosso do Sul ainda não há registros da droga K9. “Nós não tivemos apreensão dessa droga, ainda. Aqui no Estado, nossos maiores registros são de cocaína, maconha, skunk (bucha de maconha) e drogas sintéticas, como: MD, MA, LSD e o microponto. Hoje, Campo Grande está se tornando um entreposto”, afirmou Hoffman.
Especificamente sobre a droga K9, também conhecida como K2 ou spice- -space, o delegado comentou ao jornal O Estado que é um entorpecente altamente perigoso e danoso.
“A K9 com certeza é uma preocupação, por ser uma droga com alto poder destrutivo, viciante e danos incalculáveis. Até mais do que o crack. É uma droga cuja molécula é modificada em laboratório, então ela é bem poderosa. Como vemos nos grandes centros do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre), o usuário fica ‘surtado’, literalmente, perde totalmente a consciência e fica totalmente descontrolado”, observou.
Contudo, Hoffman destacou que a maior preocupação da Denar é combater o tráfico interestadual e o tráfico doméstico (formiguinha). “Não é só combater o tráfico interestadual, mas combater o tráfico doméstico, tráfico ‘formiguinha’ das bocas de fumo. Isso é algo que incomoda muito a população, aumenta outros tipos de delito, como: furto, roubo, homicídio, estupro e principalmente os crimes contra o patrimônio. Além de aliciar adolescentes infratores, o que gera prejuízos à população”, apontou o delegado da Denar.
Por fim, o delegado de Polícia Civil ressaltou a importância de cuidar da Capital para combater a tentativa de fazer daqui um centro de distribuição de drogas para o país.
“Cuidamos muito da nossa Capital porque aqui estamos perto da fronteira do Paraguai e da Bolívia, produtores de cocaína e maconha, e por ser um corredor para outros cinco Estados brasileiros. Então, nosso problema é em razão da posição topográfica. A tônica da Denar é combater o tráfico doméstico e o tráfico interestadual”, finalizou.
Cabe destacar que, de acordo com dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), em Campo Grande, a única apreensão de K9 foi em uma quantia irrisória e, por isso, não há a contabilização em gramas.
Conforme a Prefeitura de Campo Grande, o município conta com a Rede de Saúde Mental, composta por seis CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), sendo quatro CAPS 3, um CAPS A.D 4, um CAPS Infantojuvenil, um Unidade de Acolhimento e três Residências Terapêuticas.
Todas as unidades funcionam 24 horas por dia, com média de 1.300 consultas ambulatoriais de saúde mental e 2.000 mil atendimentos nos CAPS, por mês. Somente a Rede Municipal possui 101 leitos para atendimentos de pacientes com problemas psiquiátricos ou usuários de álcool e drogas.
Além da estrutura própria, Campo Grande conta com 12 leitos contratualizados no Hospital Regional, para atendimento de pacientes usuários de álcool e drogas e 27 no hospital Nosso Lar para atendimento de pacientes com transtornos psiquiátricos.
E ainda, um serviço chamado “Consultório na Rua”, voltado à abordagem e atendimento de moradores em situação de rua e usuários de drogas. Segundo informações da prefeitura, não há registros, na rede, sobre a circulação da nova droga.
K9: um perigo eminente
Mato Grosso do Sul está sob ameaça de novas drogas poderosas, o entorpecente chamado de “crack do futuro” pode ser mais viciante do que as drogas já conhecidas. Conhecida por múltiplos nomes como: K2, K4, K9 ou spice-space, é um canabinóide sintético que ficou conhecido, em São Paulo, por viciar com uma única dose.
Em São Paulo, a dependência química da K9 acaba sendo estimulada pelo baixo preço, estimado em R$ 5, na região central. Segundo o site R7, dezenas de lojas foram fechadas nos últimos meses, devido ao grau de descontrole, na região conhecida por “Cracolândia”. Os governos estadual e municipal estão buscando soluções para a área, em razão do “crack do futuro”. Esta é uma situação complexa, agravada pela crise econômica e efeitos pós-pandêmicos.
Por Suelen Morales – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul
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