Em Mato Grosso do Sul, a renda da população 50% mais pobre é 24,7 vezes menor que os 1% mais rico, se comparado ao ano de 2022. Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua) divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O Estado ocupa o 20º lugar no ranking de rendimento domiciliar, no índice de Gini. A análise da concentração de renda por meio da distribuição das pessoas por classes de rendimento domiciliar per capita aponta que as pessoas que estavam no último percentil de rendimento, ou seja, aquelas que faziam parte do 1% da população com rendimentos mais elevados, recebiam em torno de R$ 17.320. Sendo assim, o número é 24,7 vezes o rendimento da metade da população com os menores rendimentos, no qual, o rendimento médio mensal real era R$ 701.
O rendimento médio do último percentil de pessoas com maiores rendimentos e o rendimento médio da metade da população com os menores rendimentos era
de 28,7 vezes, em 2012 e de 26,9 vezes, em 2019. Já no início da pandemia da covid-19, em 2020, a razão se reduziu para 22,6 vezes devido a alterações ocorridas na composição do rendimento domiciliar com o maior peso de outras fontes de renda, sobretudo outros rendimentos, como o auxílio emergencial.
Diferença salarial
A reportagem do jornal O Estado conversou com Jéssica Arce da Silva, de 28 anos. Com duas filhas, de 4 e 10 anos, para criar sozinha, Jéssica relata que a desigualdade
salarial não é algo fácil, no país. “O salário mínimo aumentou para
R$ 1.320, porém, acaba que não consegue me ajudar completamente.
Trabalhava como auxiliar de produção, entrava no período da manhã e saia apenas 0h. Com os descontos do salário, não conseguia nem pagar uma babá para ficar com as minhas meninas. Então, tive que optar por sair para cuidar delas e agora estou desempregada”, explicou.
Indagada sobre o Bolsa Família do governo federal e o programa Mais Social do Governo do Estado, a dona de casa afirma que ajuda e auxilia na hora de fazer alguma compra, no mercado. “Os benefícios ajudam em algumas coisas, como fazer o mercado e comprar roupa para as meninas. Mas, hoje, mesmo, só tenho água na geladeira. Ainda assim, continuamos lutando a cada dia, para buscar o melhor sempre, para manter um convívio com a sociedade em que, na maioria das vezes, não somos vistos”, finalizou.
Por Marina Romualdo – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.
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