Na manhã desta quinta-feira (5), policiais civis de Mato Grosso do Sul paralisaram as atividades em protesto por melhores condições salariais. Das 8h às 12h, as delegacias do Estado atenderam apenas serviços urgentes, como prisões em flagrante, demandas relacionadas à Lei Maria da Penha, crimes envolvendo crianças e adolescentes, e oitivas.
A categoria reivindica um reajuste de 28% no subsídio para que o salário alcance a sexta posição no ranking nacional, aumento do auxílio-alimentação para R$ 800, implementação do auxílio-saúde equivalente ao dos delegados, remuneração por plantões voluntários e adicional de fronteira.
Em frente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro, na Rua Padre João Crippa, os policiais montaram uma tenda e usaram caixa de som e microfone para expressar suas demandas. Alexandre Barbosa da Silva, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol), destacou que a paralisação é um alerta ao Governo do Estado. “Nós queremos conversar, mas até o momento o governo não abriu esse diálogo, está intransigente e não fez nenhuma proposta, mas nós vamos atrás do que foi prometido”, afirmou Alexandre.
Segundo o presidente do Sinpol, os policiais aguardam a atuação da comissão de deputados estaduais criada na Assembleia Legislativa para mediar as negociações. A primeira reunião está marcada para terça-feira (13). “Enquanto isso, nós estamos dando sinais de que queremos conversar. Não queríamos chegar a esse ponto [de paralisação], porém é um direito nosso reivindicar porque o nosso salário é um dos piores do País, mas o nosso trabalho é um dos melhores. Então existe uma contradição, a gente trabalha muito e recebe pouco”, explicou Alexandre.
Alexandre também criticou as condições de trabalho, ressaltando que, apesar da carga horária de 40 horas semanais prevista em lei, os policiais acabam trabalhando mais, especialmente no interior do Estado. “A gente não recebe hora extra e os policiais do interior, por exemplo, ficam em escala de sobreaviso. Se chegar um flagrante, o policial que está de folga precisa trabalhar como se fosse escala de serviço, mas não recebe nada por isso”, reclamou.
O presidente do sindicato alertou que, se necessário, a categoria poderá deflagrar uma greve futuramente. “Estamos dando um sinal de que queremos negociar, mas se não houver resposta do governo, essa paralisação pode se transformar em algo maior”, concluiu Alexandre.
Entramos em contato com o governo do Estado que, por meio da assessoria de comunicação, informou que está aberto ao diálogo. Confira a nota na íntegra.
“O governo do Estado de Mato Grosso do Sul mantêm na mesa um diálogo aberto e constante com representantes de todas as categorias de servidores públicos estaduais, com objetivo de atender as demandas e valorizar o funcionalismo público”.