Investigação aponta que empresa conveniada ao Detran-MS fabricava placas ilegais para veículos roubados e adulterados
A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (25) a Operação Placa Fria, que resultou na prisão de três pessoas e na apreensão de veículos adulterados, documentos e 300 kg de maconha. A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (DEFURV), com apoio do GARRAS (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), revelou que uma empresa estampadora conveniada ao Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) fabricava placas falsas sem autorização, facilitando a circulação e revenda de veículos furtados, roubados ou adulterados.
O dono da empresa, um jovem de 22 anos, foi preso em Balneário Camboriú (SC), onde estava no momento da operação. Outros dois suspeitos foram detidos em Campo Grande. A polícia identificou que os criminosos fabricavam placas visualmente idênticas às originais, mas com o QR Code raspado, o que impedia a verificação de sua autenticidade. Segundo o Delegado Adjunto da DEFURV, Guilherme Sarian, os clientes da empresa eram, em sua maioria, pessoas envolvidas com roubo e adulteração de veículos.

Delegado Adjunto, Guilherme Sarian, durante coletiva de imprensa sobre o caso – Foto: Biel Gill
“Os motoristas, tanto de carro quanto de moto, entravam em contato com o cidadão proprietário dessa empresa para a fabricação, sem autorização do Detran, de placas da moto ou do carro que eles tinham acabado de furtar, roubar ou adulterar. Eles fabricavam uma placa do Mercosul visualmente perfeita, só que com o QR Code raspado, para circulação livre de controle. Com isso, colocavam o veículo à venda ou mandavam para a fronteira para carregamento de drogas”, explicou Sarian.
Durante o cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão, os agentes encontraram 300 kg de maconha e um veículo adulterado com placa falsa na casa da esposa de um dos investigados.
A investigação teve início há nove meses, mas desde 2022 as autoridades notavam um aumento na apreensão de veículos adulterados com placas Mercosul aparentemente regulares, mas com o QR Code raspado.
“Desde 2022, a gente começou a ver um fluxo muito grande de apreensões de veículos adulterados, com placa Mercosul perfeita, só com o QR Code raspado. Desde então, começamos a suspeitar da atuação de alguma empresa estampadora conveniada ao Detran fazendo as placas falsas”, afirmou o Delegado.
Até o momento, não há confirmação de que outras estampadoras estejam envolvidas no esquema, mas as investigações seguem em andamento. Além do impacto criminal, a empresa investigada pode ser descredenciada pelo Detran/MS, que será notificado oficialmente para adotar as medidas administrativas necessárias.
A polícia continua investigando o caso para identificar outros envolvidos no esquema e possíveis novos solicitantes que tenham encomendado placas falsas na empresa investigada.
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