Polícia deve concluir ainda hoje investigações sobre a morte de jogador

Divulgação /PCMS
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Apuração culminou na prisão da ex-namorada da vítima pela sua possível participação no crime 

 

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul deve apresentar, ainda hoje (5), os resultados da investigação sobre a morte e esquartejamento do jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19. Partes do corpo do jovem foram encontradas no rio Iguatemi, em Sete Quedas (distante 468 km de Campo Grande), seis dias após a família informar sobre o desaparecimento. O reconhecimento preliminar foi possível por causa da tatuagem que a vítima tinha no antebraço direito.

A ex-namorada do jovem, Rúbia Joice, 21, foi presa por destruição, subtração e ocultação de cadáver. Ela foi encaminhada para a Delegacia de Iguatemi. Outro preso foi Danilo Alves, 19, quem teria esquartejado a vítima. O caso, que inicialmente foi registrado como desaparecimento de pessoa, foi alterado para homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Os Bombeiros seguem com as buscas, na tentativa de localizar outras partes do corpo do jogador ou objetos que possam confirmar a autoria do caso.

Segundo informações do boletim de ocorrência, o registro sobre desaparecimento foi realizado na segunda-feira (26). Prima do jogador, Andressa Skulny disse que o rapaz havia saído no sábado à noite, para ir à uma festa em Pindoty Porá, cidade paraguaia na região de fronteira, distante cerca de 7 km de Sete Quedas.

A prima conta que o último contato foi com a avó, Venilda Gonçalves Skulny, já na madrugada de domingo. Por volta das 3h, a idosa ligou e pediu que ele voltasse para casa, pois estava preocupada. O rapaz respondeu que “estava de boa” e logo iria embora. Meia hora depois, nova ligação e a mesma resposta. A família não teve mais notícias do jogador, desde então.

Em nota, a Polícia Civil informou que os levantamentos preliminares, na segunda-feira, já indicavam que poderia se tratar de crime de homicídio. Foi solicitado apoio da Defron (Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira). Sem dar detalhes, a polícia informou que testemunha colaborou para que partes do corpo fossem encontradas no rio Iguatemi, perto de um sítio.

Cinco mergulhadores do Corpo de Bombeiros de Amambai foram acionados, e partes do cadáver foram encontradas. Dentre elas, a cabeça e o antebraço direito, este último, tatuado com uma homenagem ao pai do jogador, que morreu em acidente de carro em setembro de 2021.

Nessa segunda-feira (3), mais dois mergulhadores do Corpo de Bombeiros foram enviados até o rio Iguatemi, para auxiliar nas buscas do resto do corpo do jogador. Ontem, foram encontradas uma das pernas e uma parte da cabeça do jovem. As buscas prosseguiram na terça-feira. A Polícia Civil informou que foram feitas apreensões de alguns objetos que serão periciados.

A delegada de Sete Quedas, Lucelia Constantino, confirmou a identificação preliminar pela tatuagem, mas pediu que o irmão do jogador fosse até Amambai para coleta de amostras de DNA para identificação oficial do corpo. Andressa Skulny contou que a família estranhou o sumiço desde o começo. O jogador não tinha o hábito de dormir fora ou demorar sem avisar a avó.

Naquele dia, mesmo chegando tarde, não deixaria de voltar para casa, já que tinha jogo no dia seguinte. “Ele jamais faltaria, ainda mais que seria o capitão”, disse. (Com Folhapress)

 

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SONHO DE JOGADOR

Desde pequeno, o rapaz tinha sonho de tornar-se jogador de futebol profissional, como atacante, a exemplo do ídolo, Neymar. Andressa conta que, em 2021, aos 17 anos, Hugo mudou-se para Anastácio, a 527 quilômetros de Sete Quedas, para jogar pelo Seduc-MS, principal time de base do Estado.

O presidente do Seduc-MS, Wilson de Araújo Santana, conta que Hugo participou de três competições pelo time, na categoria sub-17 e foi campeão na Copa Itu de Futebol Menores, em São Paulo.

No dia 20 de setembro de 2021, o pai do jogador morreu em acidente de carro e ele voltou para casa, por dez dias. Quando retornou, Wilson disse que o adolescente não parecia ter o mesmo foco, abalado pela perda. 

A família resolveu que era hora dele voltar para casa, onde morava desde pequeno com a avó e o irmão. Hugo passou a jogar no Projetinho no Intervilas, campeonato dos bairros da cidade e ainda fazia testes, em busca do sonho de ser atacante de renome. Hugo Skulny estava no 1º ano da faculdade a distância de Educação Física. 

Durante os dias de incerteza, a família postou vários pedidos de ajuda para encontrar o jogador. Um deles foi compartilhado pela cantora Ana Castela, nascida em Amambai e criada em Sete Quedas.

 

[Michelly Perez – O ESTADO DE MS]
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