Um estudo da USO (Universidade de São Paulo) projeta que, até 2025, o Brasil terá 3 médicos para cada grupo de 1.000 habitantes, ultrapassando países como EUA, Japão e China. Os dados foram divulgados pelo professor Mario Scheffer, coordenador do estudo “Demografia Médica no Brasil”.
Atualmente Mato Grosso do Sul tem 8.769 médicos. Em Campo Grande, o estudo apontou que existem 4.608 profissionais, para atender a uma população de 897.938 pessoas, ou seja, uma média de 5,20 médicos por 1.000 habitantes. Quando se analisam os dados registrados em outras capitais do país, é possível encontrar um cenário diferente, como o apresentado em Vitória- ES, que já era a Capital brasileira com maior densidade médica e que tem, agora, 18,14 médicos por 1.000 habitantes, um acréscimo de 3,65 após o ajuste populacional.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul, Marcelo Santana, entende que é importante melhorar a assistência médica à população. Ele salienta que a qualidade do atendimento está intrinsecamente ligada à formação de médicos qualificados, enfatizando que a quantidade de profissionais não necessariamente reflete sua competência, mas sim aqueles que se originam de uma formação adequada.
“A qualidade da educação médica é crucial para assegurar que os profissionais estejam devidamente capacitados para atender às demandas da população. Isso engloba a atualização dos currículos nas faculdades de medicina, a disponibilidade de hospitais para a formação dos médicos, instalações adequadas, acesso à tecnologia avançada e oportunidades de experiência clínica diversificada”, afirma o presidente do SinMed/MS.
Além da formação inicial, é crucial oferecer oportunidades contínuas de educação e treinamento para os médicos, permitindo que atualizem seus conhecimentos e habilidades em linha com os avanços médicos e as mudanças nas necessidades de saúde da população.
Ele ressalta ainda que a infraestrutura de saúde, incluindo hospitais, clínicas e equipamentos, precisa ser adequada para permitir que os médicos prestem cuidados eficazes. Isso significa investir em equipamentos modernos, garantir a manutenção das instalações e melhorar a logística para o fornecimento de medicamentos e outros suprimentos médicos.
Espera-se mais de 1 milhão de médicos até 2035
Segundo o estudo Demografia Médica no Brasil, realizado pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, mais de 560 mil médicos estavam inscritos em algum CRM (Conselho Regional de Medicina) no início do ano passado. Isso corresponde a 2,6 médicos para cada 100.000 habitantes – dados que dobraram desde os anos 2000.
Em janeiro de 2023, essa razão de médicos brasileiros para cada 1.000 habitantes (de 2,6) ainda estava abaixo da média mundial – 3,36. Nossos valores estavam próximos aos países como Japão (2,6), Coreia do Sul (2,51), Estados Unidos (2,64) e Canadá (2,77).
No entanto, como consequência da abertura de novas vagas de graduação, esse cenário vem sendo modificado.
Segundo as estimativas do estudo Demografia Médica, já em 2025 são esperados 635 mil médicos no Brasil. Ainda, espera-se que até o ano de 2035 mais de 1 milhão de médicos estejam com registros ativos no país, o que corresponde a mais de 4,4 médicos para cada 100.000 habitantes.
Essa população de profissionais deve ser mais jovem e composta por mais mulheres já a partir deste ano. A projeção do estudo revela que, a partir de 2024, as mulheres serão maioria entre a comunidade médica. Estima-se que do total de 597 mil profissionais, 299.749 sejam do sexo feminino (50,2%). Até 2035, o crescimento previsto para médicas é de 118%, comparado com um crescimento mais lento para médicos, de 62%.
Por Thays Schneider
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