Para reduzir prejuízos, escolas são obrigadas a juntar até três turmas em uma mesma sala de aula

escola municipal
Foto: Nilson Figueiredo

Nem após a prorrogação do prazo de retorno, as construções de novas unidades foram finalizadas

Outra denúncia evidencia como as obras nas escolas municipais não estão preparadas para receber os alunos, atrapalhando o ano letivo e atrasando o desenvolvimento dos alunos. A questão da vez é que em duas Escolas Municipais, o motivo apontado é o atraso na entregadas novas salas, fazendo com que tenham que juntar turmas. Contudo, nesse cenário, as salas de aulas estão superlotadas, tumultuando as crianças e não dando a devida atenção a elas.

A E.M Professora Iracema de Souza Mendonça, no bairro Universitário, é uma dessas escolas que estão com superlotação, de acordo com uma funcionária da escola. Como as salas não ficaram prontas antes do início ano letivo, a medida que adotaram foi juntar três turmas em uma sala para que as crianças não saíssem prejudicadas.

A queixa veio através de uma mãe, que não quis ser identificada, ela relatou que seu filho teria aulas remotas a partir de quinta-feira(15). Para a equipe do jornal O Estado ela contou outro caso de descaso, a falta de professores auxiliares para crianças especiais.

“As aulas do meu filho vão retornar, mas de forma remota, o que não tem o meu apoio, porque eu preciso trabalhar, não tem como deixar uma criança sozinha em casa. Além disso, meu filho é especial, ele precisa de ajuda, uma cuidadora, porém me informaram que não tem gente na função. São duas notícias que me abalaram muito, infelizmente falta estrutura na escola e quem sofre sou eu, a mãe”, pontuou.

A funcionária, ao jornal O Estado, informou que a situação se estenderá até que as novas salas sejam entregues. “Confirmo a informação que a mãe passou, dissemos aos pais dos alunos do 5ºano que eles teriam aula remota, em casa, isso porque as salas de aulas não estão prontas e essas salas seriam destinadas a essas turmas. Contudo, os pais reprovaram a medida que anunciamos, então como solução resolvemos juntar as turmas, até que essas salas modulares sejam entregues”, explica.

Investigando a situação, foi observado que apenas as turmas do 5º ano sofrem as consequências do atraso das obras, essas crianças teriam aulas online. O aviso de que as aulas retornariam a essas turmas foi passado de última hora para os pais. A Semed (Secretaria Municipal de Educação) confirmou a narrativa da servidora municipal.

“Os pais dos alunos foram avisados através de um comunicado que as aulas na quinta e sexta-feira da semana passada, ou seja, dias 15 e 16, seriam remotas devido às obras de reforma para melhoria da estrutura para os alunos. As aulas acontecem normalmente nesta segunda-feira(19), entretanto, houve a necessidade de juntar três turmas nesta semana para que a revitalização encerre sem alteração no calendário da obra”, afirma.

Outra escola que passa pelo mesmo problema é a E.M. Irene Szukala, no Jardim das Hortências. Após expor o caso na internet, funcionários tentam remanejar as crianças sem outro lugar, relatos apontam que o ambiente não possui iluminação, mesas, quadro, e que serve para guardar outros tipos de materiais.

Em nota, a SEMED (Secretaria Municipal de Educação) informou que os alunos do segundo ano na unidade em questão estão sendo alocados em uma sala com carteiras novas, quadro e professores, para que possam ter o estudo adequado. “A direção da unidade já resolveu a questão e os estudantes já foram alocados”, informou a secretaria em nota oficial ao O Estado.

Volta às aulas

Das 21 escolas da REME (Rede Municipal de Ensino) que retornariam nesta segunda-feira (19), apenas uma não voltou, a Escola Municipal Antônio José Paniago, no Jardim Itamaracá, o motivo seria a reforma após um acidente ocorrido há 42 dias.

O acidente aconteceu nas férias, a cozinha pegou fogo, o guarda civil metropolitano que estava de plantão, Célio Marcos Lopes Guimarães, de 52 anos, tentou resolver a situação, contudo acabou sofrendo queimaduras graves e vindo a falecer 19 dias depois. Com isso, a escola passa por uma reforma.

As escolas que retomaram as atividades nesta segunda-feira (19) tomaram a decisão devido às construções das novas salas modulares. O jornal O Estado vem acompanhando os transtornos dos pais e funcionários com a demora da entrega dessas obras. Em 2024, a Reme recebe 112.248 alunos, com 15.248 novos estudantes matriculados no ensino regular em 205 unidades escolares, sendo 106 Emeis (Escolas d e Educação Infantil) e 99 de Ensino Fundamental.

Guardas patrimoniais

Mesmo com a ordem judicial, a Prefeitura de Campo Grande renovou a contratação de agentes patrimoniais para a segurança nas escolas da Rede Municipal, conforme publicado na edição de ontem(19), do Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande). A nova assinatura prevê a execução do serviço até 8 de agosto deste ano, desrespeitando a justiça que decretou prazo final até março, para a suspensão das atividades dos agentes.

Por Inez Nazira.

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