Para enganar população em ano eleitoral, até políticos são usados no ‘golpe do Pix’

golpe pelo whatsapp
créditos: Divulgação

Na Assembleia Legislativa mais de 10 deputados já sofreram o golpe do ‘falso número de celular’

Por Kamila Alcântara e Suelen Morales

“Oi, anota meu número novo! E como ficou aquele pagamento?” vem sendo a nova e mais comum abordagem dos criminosos que aplicam o, já conhecido e popular, “golpe do Pix”. Com a proximidade das eleições e fotos públicas dos políticos, as imagens deles também estão sendo usadas nesses crimes. O último a ter sua imagem usada no golpe pelo whatsapp, foi Eduardo Riedel, candidato ao governo pelo PSDB.

O contato que se apropriou da imagem do ex-secretário estadual não chegou a pedir o Pix para ninguém, mas enviou mensagens para pessoas próximas ao político, que logo em seguida a assessoria comunicou que era falso.

No dia 14 deste mês, quem precisou emitir alerta de golpe foi o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD), também candidato ao governo do Estado. A mensagem era bem parecida com a “enviada por Riedel”, dizendo que teve um problema no antigo número e precisou trocar, só que, nesse caso, pediram o envio de dinheiro.

Divulgação

De acordo com dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), até o último dia 13 de abril, 1.080 casos de estelionato virtuais foram registrados em Mato Grosso do Sul. Isso representa 34,7% dos casos desse tipo de crime.

Na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o deputado estadual Herculano Borges (Republicanos) revelou que ele e outros dez deputados já sofreram o golpe do “falso número de celular”. “Eles usam só a foto das pessoas e utilizam um número deles mesmo como se fosse um número novo. Usaram o mesmo número com a foto de uns dez deputados. O cuidado é de sempre verificar se é mesmo a pessoa que está enviando a mensagem”, contou.

Nem mesmo o presidente da Assembleia escapou da mira dos criminosos virtuais, o deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), que registrou boletim de ocorrência e informou que aguarda o fim das investigações. “Assim que tomou conhecimento, registrou boletim de ocorrência, que tramita na 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, e orientou seus contatos e seguidores das redes sociais a não repassarem nenhuma quantia em dinheiro, pois se tratava de golpe”, disse em nota.

A história também se repete na Câmara Municipal de Vereadores, que conta com 29 parlamentares. Recentemente, o vereador de Campo Grande João César Mattogrosso (PSDB) foi uma das vítimas. “Comigo aconteceu no dia 6 de abril, tentaram acionar meus familiares pedindo dinheiro, mas felizmente fui avisado rapidamente, ninguém transferiu nada e logo tomamos providências para divulgar o alerta de golpe através das nossas redes. Infelizmente essa prática criminosa é algo cada vez mais comum, mas precisamos ficar atentos. Enquanto figura pública a nossa imagem acaba sendo encontrada com facilidade nas redes sociais, o que os golpistas fazem é colocar como foto de um contato aleatório e começam as tentativas”, relatou.

Para se precaver, o vereador adotou medidas de segurança em seu celular e alerta para que as pessoas sempre chequem a veracidade de casos como este. “No meu WhatsApp eu já tenho a confirmação em duas etapas e mantenho as medidas de segurança possíveis. Acredito que informação é o jeito de evitar ser vítima de um golpe desses, sempre checar cautelosamente antes de fazer qualquer transferência em dinheiro, comprar itens ou repassar dados pessoais”, orientou.

Leia a matéria completa na página A8 do caderno impresso do Jornal O Estado MS

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *