Ônibus retornam na quinta-feira, mas sem reajuste Sindicato diz que greve é iminente

Ônibus
Foto: João Gabriel Vilalba

Pontos de ônibus vazios e terminais fechados, essa foi a cena registrada em Campo Grande na manhã desta terça-feira (18), devido à paralisação dos motoristas do transporte coletivo da Capital.

A paralisação foi determinada ontem (17), pelo STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande) após o Consórcio Guaicurus negar o pedido de reajuste salarial de 16%, reivindicado pela categoria desde novembro do ano passado.

Presidente do sindicato dos motoristas, Demétrio Ferreira de Freitas, explica que caso o pedido de reajuste não seja acatado pelo Consórcio os motoristas entrarão em greve por tempo indeterminado.

“Estamos aguardando uma devolutiva, mas até agora nada, temos uma assembleia marcada para sábado onde será votada uma greve por tempo indeterminado. Amanhã os ônibus irão voltar porque se estendermos sem uma assembleia terá consequências”, destacou.

Para tentar barrar a greve, o consórcio solicitou uma liminar alegando a ilegitimidade do movimento, contudo, a 4ª Vara do Trabalho de Campo Grande negou pela segunda vez a liminar para proibir a greve dos motoristas. A medida, determinada pelo juiz Christian Gonçalves Mendonça Estadulho considerou que não há risco de dano ao patrimônio das empresas de ônibus.

A decisão afetou a rotina de mais de 120 mil pessoas que utilizam o transporte coletivo diariamente na Capital.

Impasse

Na manhã de ontem (17), Demétrio Ferreira de Freitas, se reuniu com o presidente do Sindicato das Empresa de Transporte Coletivo Urbano do MS (Setur), João Resende Filho e com Gerente executivo do Consórcio Guaicurus, Robson Luis Strengari para debater as demandas reivindicada pelos motorista, contudo, as reivindicações não foram atendidas e o Sindicato decidiu paralisar as atividades.

Na ocasião, Resende afirmou que não teria como atender as reivindicação do Sindicato, uma vez que a prefeitura municipal de Campo Grande não definiu a nova tarifa, conforme preconizado nas rodadas de negociação anteriores.

Sem um parecer favorável por parte do Consórcio Guaicurus, Demétrio reafirmou a posição do Sindicato de “cruzar os braços” até que as demandas sejam atendidas e reiterou que a decisão tem o apoio dos motoristas, visto que o tema foi amplamente debatido e que a categoria se sente desrespeitada pelo poder público.

Por sua vez, João Resende afirmou que caso o STTCU não a reconsiderasse a decisão, o departamento jurídico entraria com medidas judiciais para garantir que o transporte público não seja interrompido.

Tarifa a R$ 8,00

Ao negar o pedido de reajuste salarial o Consórcio Guaicurus alegou que a demanda só é possível após a definição do valor da tarifa por parte da prefeitura de Campo Grande. Em contrapartida, a prefeitura diz compreende as reivindicações dos motoristas de ônibus, mas reitera que o reajuste dos salários é uma questão negociada pelo consórcio de transporte coletivo e não está na alçada do município.

A prefeitura comunicou que as tratativas em relação ao reajuste da tarifa de ônibus para 2023 estão em andamento e que o próximo passo será a discussão no dia 24/01 com o Conselho de Regulação que é formado por membros da sociedade civil e órgãos da administração pública, com quórum mínimo de 10 de membros, para discussão e análise de dados para revelar a tarifa que será entregue em relatório para avaliação do poder executivo.

Em novembro do ano passado, a Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande) apresentou um novo relatório que eleva o valor da tarifa técnica do transporte coletivo para R$ 8,00 em 2023.

O preço repassado hoje aos passageiros é de R$ 4,40, de início a tarifa técnica era de R$ 5,15, mas após judicialização no Tribunal de Contas e assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), o município reduziu o reajuste.

Desde o ano passado categoria reivindica o reajuste salarial de 16%, contudo, empresários pontuam o limite de 6,4%.

Confira mais informações na live:

Com informações dos repórteres Carolina Rampi e João Gabriel Vilalba.

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