Onda de calor provoca mudança no período crítico para incêndios

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Outubro começa com alerta para risco de novos focos no Cerrado  

A onda de calor intenso, estiagem e ventos fortes no Pantanal de Mato Grosso do Sul colocam as equipes do CPA (Centro de Proteção Ambiental), do CBM (Corpo de Bombeiros Militar), em alerta. Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que o comportamento das queimadas no Estado mudou completamente do ano passado para este. Em 2022, foram registrados 2.053 focos de queimadas, destes, 49% foram no bioma Pantanal e 41% no Cerrado, com o período crítico em maio. Já este ano, foram 1863 casos, 61% no Cerrado e 26% no Pantanal, com período crítico iniciado em setembro.

Diante do período de calor intenso, com máximas e recordes de temperaturas em algumas regiões de Mato Grosso do Sul, o número de guarnições dobrou, principalmente nas regiões do Paiaguás e Nabileque, que apresentam focos de incêndio quase que diariamente. De acordo com o tenente Alexandre Araújo, do CPA, essa mudança se deve ao trabalho de prevenção ao Pantanal, iniciado em março, e ao uso das queimadas controladas por produtores rurais. “Nosso Cerrado é composto por muitas plantações e os proprietários utilizam do fogo para limpeza da roça, que facilita o uso dos maquinários. Já o trabalho de prevenção no Pantanal foi bem eficiente e, agora, estamos com oito guarnições e apoio aéreo”, explica Alexandre. 

Outra observação importante é que, quando comparados os períodos críticos. “Esse ano foi atípico pois tivemos chuvas acima da média em abril e maio, dificultando o fogo, além disso, houve cheia no Pantanal mato-grossense, que escoa para cá e também dificulta os incêndios. Agora estamos no período crítico porque enfrentamos essa onda de forte calor, pouquíssimas chuvas e ventos fortes, que já registraram até 60 quilômetros por hora”, esclarece o tenente. 

O destaque entre os municípios ficou por conta  de Corumbá, responsável por 74,3%, Porto Murtinho (9,2%), Aquidauana (8,9%) e Rio Verde de Mato Grosso (6,5%), juntos concentram 98,9% dos focos de calor no Pantanal, conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, destaca que o Corpo de Bombeiros já atua na região desde o dia 17 de maio, com efetivo de 186 homens e mulheres nas ações de prevenção, preparação e combate aos incêndios florestais.

O Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) prevê temperaturas altas, entre 39°C e 42°C para os próximos dias e umidade relativa do ar variando entre 15% e 35% nas regiões Sudoeste e Pantaneira. Essas condições são agravantes maiores e redobram as atenções para evitar ocorrência de incêndios florestais.

Em grande parte do Estado, o risco de fogo é considerado “crítico”. Apenas a região Nordeste está classificada como risco baixo para ocorrência de incêndios, isso previsto para o dia 8 de outubro.

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Cuidados

Em 17 de junho, o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), órgão ambiental do Estado vinculado à Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), publicou a portaria número 1.281, no Diário Oficial, que torna “sem efeito as autorizações emitidas e ainda não executadas para queima controlada e também suspende a tramitação de processos de licenciamento e a emissão de novas autorizações do gênero até o fim do ano”

Para fazer valer a portaria, as equipes do CPA monitoram os focos com a ajuda de satélites e entram em contato com os proprietários, para que eles tenham conscientização da proibição. Nos casos de reincidência, a pessoa é notificada e os militares vão ao local.

“O nosso trabalho, em setembro e esta semana, foram praticamente todos registrados nas terras indígenas Kadiwéus, pois eles têm o fogo como uso cultural. Eles fazem a queima prescrita lá, que é para queimar a biomassa acumulada e não acontecer um incêndio de grandes proporções. Nesses casos, é competência do Ibama, é Federal”, conclui o tenente Alexandre.

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Por – Kamila Alcântara

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