Aproximadamente 120 unidades foram fechadas nos últimos três anos
As agências bancárias vêm, a cada ano, diminuindo e os pontos sendo abandonados. O prédio do antigo banco Bradesco, da rua Dom Aquino, em Campo Grande, há anos fechado, está em leilão, com o valor do lance mínimo de R$ 6,1 milhões. Para evitar que moradores de rua ocupem a frente do local, foram colocados tapumes, que impedem risco de pichação e de invasão.
Outra agência que desapareceu é a do Banco do Brasil, da rua 13 de Maio que, por muito tempo, foi uma das mais frequentadas por clientes. Ela foi extinta em 2017, pelo plano de reestruturação e enxugamento da estrutura administrativa, que acabou com mais outra duas agências, em Campo Grande. O prédio da 13 de Maio, hoje está abandonado, nas paredes há pichações e nas portas de vidro, papelão. A entrada é ocupada por vendedores de água de coco, que aproveitam da cobertura para escapar do sol e chuva.
Em toda a área central de Campo Grande, é possível notar muitas salas comerciais vazias, com placas anunciando aluguel, como é o caso de uma das sedes da Caixa Econômica Federal, que fica localizada em um edifício da rua Barão do Rio Branco, que recebia grande concentração de clientes, justamente por estar em uma área de fácil acesso, na cidade.
Além desses espaços abandonados, outros locais, em que havia agências que fecharam, já estão com novas construções ou novos locatários. De acordo com um levantamento preliminar do Sindicato dos Bancários, em torno de 120 unidades bancárias foram fechadas, nos últimos 3 anos. Desses, o Bradesco lidera o ranking, depois do Santander, seguido de Itaú, Banco do Brasil e Caixa Econômica.
O empresário Gelasio Roque contou, ao jornal O Estado, que a agência da Caixa, na Barão do Rio Branco foi transferida para a rua Maracaju, mas que muitas pessoas ainda vão até o local, sem saber da mudança. “Eu tenho conta nesse banco mas, como estou bem aqui, no centro, para mim não é algo que desvie muito o meu caminho, mas a grande parte das pessoas ainda vem procurar atendimento aqui e acaba sendo surpreendido, mas nós estamos sempre atentos, ajudando a informar o novo endereço”, disse.
É o caso da fiscal de loja Jéssica Martins, 26 anos, que encontramos em frente ao local. Junto com seus pais, ela explicou que eles moram na zona rural de Campo Grande e costumam vir até a cidade, para realizar serviços bancários. “Nossa conta é aqui, todos os meses nós precisamos vir, para resolver uma coisa ou outra, mas hoje nos deparamos com essa surpresa. Como está o cartaz ali na frente, fica mais fácil se localizar e ir até o novo endereço”, afirmou.
Como o prédio foi desocupado a pouco tempo, o mesmo segue bem conservado, apenas um pouco sujo. De acordo com Gelasio, o lugar não deve demorar a ser locado novamente, inclusive há uma placa de imobiliária. “Nós sempre ouvimos alguns rumores de pessoas interessadas, mas eu acredito que logo já estará alugado novamente, é um prédio bom”, disse.
Na avenida Afonso Pena, o edifício onde era o extinto HSBC também está desocupado e com placa de “aluga-se” e, de acordo com os corretores, o local está há alguns anos sem locação, mas está em bom estado de conservação. Na mesma avenida, próximo ao shopping Campo Grande, onde eram as instalações de uma das agências do Itaú, o prédio está passando por uma reforma, mas as atividades do banco, neste local, foram encerradas.
Conforme apurado pela reportagem do jornal O Estado, no caso dos prédios onde eram agências bancárias, que permanecem abertos para locação, os valores dos aluguéis variam de R$ 35 mil a R$ 70 mil, além de taxas de condomínio e IPTU, que variam de R$ 2 a R$ 6 mil. Conforme um dos responsáveis pela locação, o prédio da rua Barão do Rio Branco já possui alguns interessados.
Por Camila Farias – Jornal O Estado de MS.
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