No combate à pandemia, profissionais mostram a importante missão de imunizar a população

pandemia
pandemia

Momento é histórico e de grandeza para a enfermagem, que não recuou durante a pandemia

A enfermeira Hevelen Andreza da Silva Chaparro, de 30 anos, trabalha incansavelmente com um objetivo: imunizar a população contra a COVID-19. Ela já perdeu as contas de quantas vacinas aplicou no drive-thru do Parque Ayrton Senna, em Campo Grande, desde que começou a campanha em janeiro deste ano. Sorridente e apaixonada pela profissão em que atua há nove anos, a profissional tem as mãos firmes e coração grato todas as vezes que tem a missão de distribuir a dose de esperança. 

“É muito gratificante, tem gente que sai buzinando, comemorando, já atendi pessoas que choram bastante”, lembrou. Uma pessoa em especial deixou a enfermeira mais emocionada e, pela primeira vez, com as mãos trêmulas ao aplicar a dose. “Eu vacinei meu pai, em março. Ele tem 63 anos. Eu estava tremendo, mas deu tudo certo. Esse dia foi o mais emocionante, ter vacinado o meu pai foi maravilhoso.”

Chaparro veio para Campo Grande no começo deste ano quando passou em um concurso para trabalhar na Capital. Antes disso, atuava em Ladário e Corumbá, atendendo na linha de frente da COVID-19, trabalhou nas duas frentes da pandemia, tanto na parte de tratamento como agora na prevenção. Ela afirma que se sente orgulhosa do papel que tem desempenhado. “De um ano para cá, tiveram uma visão melhor da enfermagem, abriram os olhos para a enfermagem e viram a importância do nosso papel”, ressaltou. 

Colega de Hevelen, a enfermeira Lúcia Silva, de 59 anos, concorda que a pandemia é um “momento histórico e de grandeza para a enfermagem”. Ela atua na área há 19 anos e, além de trabalhar na aplicação da vacina, atende em uma unidade de saúde. Animada, a profissional passa o conhecimento que adquiriu durante os anos para os mais jovens que começaram agora e já enfrentam uma pandemia mundial.“É momento muito desafiador e, ao mesmo tempo, bom, porque é uma experiência nova. É um marco na minha carreira, eu adoro trabalhar aqui [no drive- -thru], cuido dos meninos, ajudo os meninos, é muito bom”, disse.

Mesmo tendo de trabalhar, muitas vezes, sem horário para voltar para casa, Lúcia carrega a paixão pela enfermagem e por cuidar das pessoas. “É neste momento que a população vê a importância da atuação da enfermagem dentro da saúde. Estamos trabalhando de manhã, tarde e noite, deixamos a nossa vida para nos dedicar ao outro. É um momento importante, estamos sendo vistos; o que seria do tratamento da COVID-19 sem o profissional da enfermagem?”, questionou. 

O jovem enfermeiro Raphael Torraca de Morais, de 29 anos, se formou há poucos meses e se viu na importante missão de atuar na vacinação contra a COVID-19. Ele também coloca em prática o que aprendeu durante os anos de faculdade em uma unidade de saúde. “É um momento histórico que vou levar para o resto da vida”, contou. Ele já perdeu as contas de quantas pessoas vacinou, mas tem uma em especial que faz questão de imunizar. “Eu quero ter a honra de vacinar meu pai. Ele tem 57 anos e vai ser muito especial para mim.”

Luta

Apesar de os profissionais da enfermagem terem paixão pelo que fazem e estarem ainda mais em evidência neste momento de pandemia, eles ainda precisam lutar pelos direitos que não foram conquistados, como melhores salários e redução da jornada de trabalho. Na quarta-feira (12), foi comemorado o Dia Internacional da Enfermagem e, um dia depois, a classe se reuniu para uma carreata pedindo por melhores condições de trabalho.

Faltam políticas trabalhistas que atendam às necessidades desse importante segmento da sociedade, por exemplo, a jornada de trabalho justa, o piso salarial nacional, a laborterapia, entre outros modos de reconhecimento muito merecidos”, disse o presidente do Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Sebastião Duarte. 

Segundo o Coren-MS, 25 profissionais da enfermagem morreram vítimas da COVID-19 em Mato Grosso do Sul e, mesmo assim, nem todos foram vacinados contra o novo coronavírus. “Foram enviados ofícios à Secretaria de Estado de Saúde, às secretarias municipais e ao MPE. A preocupação se dá pelo potencial de adoecimento dos profissionais de saúde”, explicou Duarte.

Mesmo com todas as dificuldades que precisam enfrentar, o presidente afirma que em nenhum momento a classe recuou no combate à pandemia. “Os profissionais de enfermagem são comprometidos com a saúde da população, a empatia é um dos atributos daqueles que tem o cuidado ao ser humano como principal atividade. Então, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem não recuaram, pelo contrário, buscaram informações a respeito da nova doença e não mediram esforços para salvar vidas”, ressaltou.

(Texto: Mariana Ostemberg)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *