Nem toda madrasta é má: quem já passou pela experiência concorda que não é fácil, mas para a digital Influencer Isabella, ser madrasta da Cecília é um presente

“Pra mim, a Bella significa tudo. Ela é carinhosa, amorosa. Cuida de mim, me dá amor, eu considero ela minha mãe”, assim Cecília Suassuna Mariano Nabhan, 9, resume sua relação com a madrasta, Isabella Valadares Nabhan. No domingo (5), é comemorado o Dia da Madrasta e ao contrário do que muita gente acha, a origem da palavra madrasta não tem nenhuma relação com a palavra má.

Madrasta vem do latim “matre” e não de “maldade”. Ser madrasta é uma escolha diária. São mulheres que escolhem todos os dias ser família, esforço, carinho e dedicação, mesmo conhecendo de perto o significado de resignação, resiliência e a luta contra o preconceito.
A digital influencer é madrasta da Cecília há sete anos, ela lembra que no começo conquistar seu espaço não foi tarefa fácil. A rejeição por parte da enteada veio em uma viagem de férias, no final de 2015, onde foi para Coxim, conhecer a família do namorado. Muito jovem, ela teve que ter paciência e com o tempo foi conquistando o coração da pequena.

“Eu acho que ser madrasta é um papel difícil, mas superamos e graças a Deus com o decorrer dos dias fomos nos dando bem e até liguei chorando pra minha mãe de primeiro momento. Minha mãe falou ‘você tem que ter paciência vai acontecer de forma orgânica, não adianta forçar’ eu deixei acontecer e ao final das férias estávamos superamigas”, relembra.

Desde que Isabella conheceu o pai da Cecília, o advogado Kaio Nabhan, eles tinham o desejo de compartilhar a vida morando juntos e a pequena sempre esteve inserida nos planos. A casa onde o casal mora foi construída pensada também na criança e o primeiro cômodo a ficar pronto foi o quarto da menina.

“Cada detalhe do quarto dela foi pensando nela. O guarda-roupa ela escolheu, a cor, o jeito que ela queria as coisas. Ela sempre pediu para vir morar com nós, com o decorrer do tempo ela veio. Sempre fomos próximas uma da outra, temos um vínculo muito grande, era um sonho nosso e hoje ela mora conosco”, explica.

Desde que assumiu a responsabilidade de cuidar de uma filha que não é sua, Isabella sabia que ser madrasta não seria nada fácil e os julgamentos viriam de todos os lados. Mas o amor pela enteada faz com que ela passe por cima de todas as críticas.
“Eu falo que ser madrasta é difícil, mas temos um vínculo grande, conversamos muito e é isso que me deixa mais tranquila em relação a julgamentos, porque só eu sei o que se passa dentro da minha casa e eu fico tranquila quanto a isso”, reflete.

Laço que trouxe semelhança

Cecília e Isabella são “melhores amigas”, o amor, a cumplicidade e a convivência fizeram com que as duas se tornassem parecidas. No ciclo de convívio elas são chamadas de: “Bella” e “Belinha”. Os gostos são praticamente os mesmos. Cecília conquistou até alguns trejeitos da madrasta, até o corte do cabelo é igual.

“Dá para perceber que ela está parecida comigo quando vai brincar com uma boneca e ela vai dar um ralo na boneca, ela dá da mesma forma que eu dou nela o ralo. Se ela vai gravar um vídeo, ela fala da mesma forma que eu falo, até os trejeitos. Quando ela vai falar com o pai dela, ela fala com as mesmas palavras que eu falo. Acho que é a convivência vai pegando os trejeitos a forma de se vestir a forma de falar e isso vai nos deixando mais parecidas”, acredita.

 

Amor que ensina

“Ela me ensina muito todos os dias, me ensina a ser melhor, a não pensar somente em mim, a pensar na minha família, me ensina a ter mais paciência”, é assim que Isabella descreve a relação com a enteada.
Para a influencer, Cecília representa generosidade, amor e carinho. “Ela ultrapassou todos os limites possíveis do amor, ela me considera como mãe e eu acho isso lindo, eu vejo que ela é pura. Ela é carinhosa demais, tem um coração enorme, ela se dói por mim. A Cecília para mim é generosidade, amor puro, ela é linda por dentro e por fora. É um vínculo que nunca vi igual”, finaliza.

Aprendendo a respeitar

De acordo com a psicóloga e professora do curso de Psicologia da Anhaguera, Juliana Del Grossi, a madrasta vai fazer parte dessa nova família e o pai é uma figura muito importante na vida da criança, então é preciso que a mulher saiba dar lugar a história anterior do parceiro e isso engloba a ex mulher do homem e o filho.

“Quando a madrasta entra em um relacionamento sabendo que o homem tem um filho ela tem que ter esse acolhimento, essa aceitação da história do parceiro para que ela possa ter o melhor relacionamento possível com essa criança e a melhor convivência. Como ela faz parte da vida do pai da criança ela vai conviver com junto, vai fazer parte da formação da personalidade desse indivíduo”, explica.

A psicóloga afirma que a criança não é obrigada a aceitar a presença da madrasta, mas ela precisa aprender a respeita a nova mulher do pai. “Mas não pode força essa criança, apesar dela ter que respeitar, a ter que estreitar laços e amar essa mulher. Ela pode respeitar mas não precisa ser muito amiga e forçar uma proximidade”, alerta.

Juliana revela que ir devagar é a melhor maneira para que a criança aceite essa nova integrante da família. É preciso que a madrasta esteja de coração aberto para receber o filho ou filha do parceiro. “O ideal é ir se aproximando aos poucos. É importante que a mulher tenha a sensibilidade de deixar o pai ter momentos sozinhos com a criança e compartilhar alguns momentos também para irem se acostumando um com o outro. Respeitar também o lugar da mãe e a relação dos pequenos com os pais”, conclui.

(Texto: Bruna Marques)

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