[Por Suelen Morales – Jornal O Estado MS]
Os enfermeiros e técnicos de enfermagem querem receber uma verba compensatória
Sem acordo com a Prefeitura de Campo Grande e frustrados com as últimas negociações, a categoria de enfermagem da Capital deflagrou estado de greve, com votação unânime em assembleia geral. Aproximadamente 1,5 mil profissionais da saúde, entre enfermeiros e técnicos de enfermagem devem aderir à paralisação marcada para quinta-feira (31). Apenas 30% ficarão atuando para cobrir as demandas de urgência e emergência em hospitais, Unidades de Pronto-Atendimento e Samu.
De acordo com o presidente do Sinte/PMCG (Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem de Campo Grande), Ângelo Evaldo, todas as tentativas de negociação com a prefeitura foram frustradas e o decreto já publicado da insalubridade contém armadilhas.
“O acordo de insalubridade do qual executivo não cumpriu, versava a regulamentação em novembro e o pagamento em janeiro deste ano. Como não aconteceu desta forma, mesmo que o Executivo tenha enviado o decreto e publicado, ele versa com cláusula fiscal, ou seja, ele não tem previsão de pagamento. Então, é aquela história você ganha, mas não leva! E, por conta dessa falta de compromisso com a enfermagem e pelo descumprimento do acordo, solicitamos que haja uma compensação indenizatória. Buscamos algo que venha trazer para a enfermagem de imediato, um provento financeiro”, esclareceu.
O Sinte ressaltou ainda que a categoria não deseja paralisar suas atividades e assim restringir os atendimentos na saúde pública. Porém, solicitam que o adicional seja pago ainda neste ano, bem, como uma verba indenizatória pelo descumprimento do acordo por parte do Executivo. “Por conta da inércia do executivo deflagramos estado de greve em assembleia. Estamos há 10 dias aguardando uma proposta do executivo que contemple a enfermagem ainda neste ano, mas infelizmente não conseguimos avançar”, afirmou Ângelo.
O Executivo Municipal aplicou o reajuste de 10,6% para todos os servidores públicos municipais. O pagamento será feito de forma fracionada, 5,03% em 1º de abril e outros 4,78% no dia 1º de dezembro deste ano. No entanto, o presidente do Sinte destacou que o reajuste devido à inflação não contempla os antigos anseios da categoria que luta desde 2020 por uma alternativa compensatória junto ao prefeito Marquinhos Trad.
“Deixamos claro para o Executivo, que precisava ser algo que viesse de encontro com essa necessidade. Que o profissional de enfermagem tivesse um ajuste dentro do seu ganho, da porcentagem do seu provento, que não se trata desse linear que ele acabou aplicando em todas as categorias de 10,6%. Caso ele tivesse cumprindo a palavra dele nós teríamos essa situação resolvida e a categoria atendida como um todo. Mas, infelizmente ao não cumprir ele nos colocou numa situação difícil porque não tem previsão legal de receber isso”, destacou.
Segundo a diretoria do sindicato, a comissão de greve já possui representantes de 30 unidades de saúde de Campo Grande, que possui em torno de 90 unidades. A prefeitura será notificada nesta segunda-feira (28) e após 72 horas será dado início ao movimento grevista, na quinta-feira (31). Caso o Executivo Municipal apresente um acordo, a greve poderá ser suspensa.