Mudanças climáticas afetam negativamente as fases dos Ipês

Foto: Nilson Figueiredo
Foto: Nilson Figueiredo

Ipê floresceu pela segunda vez este ano, essa é a segunda vez que o fenômeno acontece

 

Campo Grande é conhecida nacionalmente como “Cidade do Ipê”, isso porque as flores rosas, amarelas e brancas se destacam durante o inverno, colorindo a cidade no período nublado, cinzento. Porém, o que não é comum são elas florescerem duas vezes no mesmo ano, ainda mais no período com temperaturas elevadas, o biólogo José Milton Longo explica que esses são os efeitos das mudanças climáticas.

Essa semana começou a nascer as flores dos ipês rosas pela segunda vez, o biólogo conta que a primeira fase veio no tempo certo, contudo, desta vez não era algo esperado, tão pouco nesta época do ano.

“A primeira floração foi depois da primeira frente fria, começo do outono. E agora esse veranico, com temperaturas altas para o período e baixa umidade do ar influenciaram no desenvolvimento das flores novamente”.

Mesmo sendo um evento raro, essa é a segunda vez que o fenômeno acontece na Capital. De acordo com o João Milton, no ano passado foram registradas as mesmas características. O biólogo acredita que seja a mesma influência dominando o ritmo das plantas.

“No ano passado o ipê rosa floresceu duas vezes também. Foram as ondas de calor/frentes frias que ditaram o ritmo. Nunca vi um período de inverno como esse. Elas respondem aos estímulos ambientais para sincronizar as fases reprodutiva e vegetativa, quando investem mais energia no crescimento”

Vale reforçar que as altas temperaturas e falta de água não são aspectos favoráveis para a maioria dos seres vivos, como as plantas e os animais. Como neste caso, exige uma adaptação muito grande das plantas. Além disso, o ipê costuma nascer em uma sequência, primeiro rosa, depois os amarelos e, por fim, os brancos, porém com essa alteração na dinâmica, algumas cores estão florescendo juntas.

“Podemos esperar que as outras cores também floresçam, inclusive já vi um ipê branco florido no Parque das Nações Indígenas. Normalmente, ele é o último a florescer, ele vem em setembro/outubro. O “normal” seria, na sequência, o ipê amarelo e depois o branco, mesmo com sobreposição das floradas”

O biólogo enfatiza que essa não é uma modificação, mas sim efeitos das mudanças climáticas. “Não diria que estão sofrendo modificações. Estão sofrendo estresse hídrico pela falta de chuvas, também sofrem com altas temperaturas e com a baixa umidade do ar”.

 

Por Inez Nazira

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