Apesar de Campo Grande ter 27% da população imunizada contra o novo coronavírus, conforme dados do “vacinômetro”, outros 250 mil campo-grandenses entre 18 e 50 anos já realizaram o cadastro prévio, mas ainda aguardam por, pelo menos, a definição de uma data para recebimento do imunobiológico. Enquanto esperam, o índice de mortalidade desta faixa etária sobe vertiginosamente.
De acordo com o balanço da Arpen-MS (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de Mato Grosso do Sul), o Estado obteve um aumento percentual de 103%, em abril deste ano, no número de mortes da população entre 30 e 39 anos, na comparação com a média para a idade desde o início da pandemia.
Segundo a pesquisa, no topo da lista aparece a população entre 30 e 39 anos, que lidera o ranking com 103% a mais na quantidade de mortes registradas entre março de 2020 e março de 2021. No Brasil, a média foi de 56%. Paralelo a isso, o mesmo grupo foi o que mais contraiu a COVID-19 no Estado, segundo dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde). Ao todo, um total de 60.776 pessoas com essas idades foram infectadas desde o início do ano passado, o que representa um total de 23,4%.
“Essa população mais jovem sai mais para trabalhar e também para passear. As aglomerações continuam acontecendo. Junto disso, já temos estudos de que a população vacinada apresentou diminuição de óbitos, no caso idosos”, explica a secretária adjunta de Saúde, Crhistine Maymone.
Na sequência da lista de idades com maior número de mortes aparece a faixa etária que vai dos 40 aos 49 anos, que registrou crescimento de 94% em um ano. Por fim, sul-mato- -grossenses entre 50 e 59 anos fecham a tabela, com óbitos que aumentaram em 58%.
Enquanto os mais jovens aguardam ansiosos pela imunização, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) informou que a aplicação das doses na Capital segue as recomendações do PNI (Plano Nacional de Imunizações). Conforme a secretaria, no momento não há previsão de abertura de cadastro para triagem de novos grupos.
“Hoje o sistema conta com cerca de 20 perfis distintos que contemplam todos os públicos elegíveis para se vacinar, portanto, não há necessidade de inserção de um novo perfil para cadastro. No entanto, caso haja essa necessidade, o mesmo poderá ser atualizado”, pontuou.
Se o número de mortes dos mais jovens aumentou, o início da vacinação fez mudar a realidade das mortes e internações nos hospitais. Em Campo Grande, até o início do ano, a ocupação de leitos era mais comum entre pacientes com mais de 60 anos. Hoje, os espaços clínicos e de UTI estão ocupados principalmente por pessoas na faixa etária de 41 a 60 anos.
“A média de internação tem aumentado entre os mais jovens, houve uma inversão em relação à faixa etária das pessoas internadas”, informou a Sesau. No município, mudança também foi sentida na relação de infectados pelo novo coronavírus. Dos 97.329 casos confirmados até o dia 12 de maio, 23.071 foram em pessoas de 30 a 39 anos, o que representa quase 24%.
Texto: Clayton Neves
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