Moradores entregam documento para reivindicar fim das manifestações em frente ao CMO

Câmara
Foto: Juliana Brum

Um grupo moradores que residem nos arredores do CMO (Comando Militar do Oeste), apresentaram nesta quinta-feira (10), um documento a Câmara Municipal de Campo Grande para reivindicar o fim das manifestações contrárias ao resultado das eleições. Os protestos ocorrem desde o dia 31 de outubro na Avenida Duque de Caxias.

O documento assinado por cerca de 40 pessoas expressa a indignação dos moradores que alegam sofrer transtornos diários devido ao engarrafamento no trânsito e barulho na região.

“As manifestações antidemocráticas desrespeitam a todos os cidadãos que cumpriram com seu dever cívico, independente do voto e, também traz uma série de transtornos para quem reside, trabalha e necessita transitar pela região. Visto que é a via principal de acesso ao Aeroporto Internacional de Campo Grande-MS”, destaca trecho do documento. 

Presidente da Câmara Municipal, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), destaca que o ofício foi entregue a Casa de Leis e será apresentado ao secretário de segurança, a prefeita Adriane Lopes (Patriota) e ao Governador Reinaldo Azambuja (PSDB), junto a outro ofício elaborado pela Câmara.

“Fui pessoalmente ver a manifestação no CMO, conversei com moradores e a situação já está acima do limite, a população está com dificuldade para dormir, lá têm animais, crianças, idosos e hospital, acredito que a manifestação tem que ter um sentido, um ou dois dias ok, mas manifestação o ano inteiro a população não aguenta”, disse o parlamentar.

Representante dos moradores, Éber Benjamin afirma que o documento tem a finalidade de solicitar uma intervenção do Legislativo Municipal junto a prefeitura, Agetran (Agencia Municipal de Trânsito) e secretaria de segurança para que haja uma fiscalização no local das manifestações.

“A região do Santo Antonio e o entorno dá Duque de Caxias são as regiões mais afetadas, a aparelhagem de som é tão potente que ontem do centro da cidade consegui ouvir os discursos e fogos de artifícios, pedimos que o Governo Estadual e Municipal cumpram seu dever, isso já está na lei”, enfatizou.

Em contrapartida, o fotógrafo Roberto Medeiros, 53, esteve nas manifestações e afirma que os manifestantes estão abertos ao diálogo com os moradores da região.

“Não estamos aqui para confrontar, se a população se sente prejudicada com as manifestações nós iremos resolver o problema, mas sair da frente dos quartéis jamais”, enfatiza.

A Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) afirmou na tarde de ontem (9) que cumpriu integralmente a determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, dentro do prazo de 48h, e encaminhou a identificação dos organizadores das manifestações contrárias ao resultado da eleição presidencial, assim como os dados relativos aos veículos utilizados em bloqueios nas rodovias estaduais e manifestações em frente do CMO.

Confira o documento na íntegra: 

Exmo. Senhor Presidente da Câmara dos Vereadores de Campo Grande.

Vimos por meio deste documento solicitar que sejam tomadas as providências cabíveis referente ao que está ocorrendo nas imediações do Comando Militar do Oeste, na Avenida Duque de Caxias, Campo Grande-MS – iniciando na manhã do dia 31/10/2022 , em que parte da população se mostrou insatisfeita com o resultado das eleições para presidente. 

As manifestações antidemocráticas desrespeitam a todos os cidadãos que cumpriram com seu dever cívico, independente do voto e, também traz uma série de transtornos para quem reside, trabalha e necessita transitar pela região. Visto que é a via principal de acesso ao Aeroporto Internacional de Campo Grande-MS. 

Os transtornos além do barulho devido a buzinaços, escapamentos de motocicletas e carros, rojões e sons de microfone com músicas em alto som e chamadas pelos organizadores para que mais pessoas venham ao local.

Caminhões, carros, trailles estão estacionados no canteiro central esmagando e destruindo o gramado, além de impedir o trânsito livre de veículos, em que os motoristas de automóveis particulares, caminhões e ônibus precisam encontrar vias alternativas nos horários de pico provocando engarrafamentos nas imediações. 

Próximo ao local está o hospital militar incomodando quem trabalha e precisa de atendimento médico.

Devemos também considerar as pessoas idosas, pessoas com Mal de Alzheimer, pessoas com distúrbios psicológicos, pessoas com espectro autista e animais como cachorros e gatos que se estressam com toda a balbúrdia, incluindo aves como araras e tucanos que vivem na região dos quartéis.

Precisamos lidar de maneira racional com atos como esse, que são violentos e ferem a nossa Constituição, que provocam o caos e contamos com a racionalidade e sensibilidade desta Casa.  

Campo Grande, 10 de novembro de 2022.

Com informações da repórter Juliana Brum.

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