Moradores da Vila Popular e Jardim Aeroporto apoiam o policiamento na região

Foto: Marcos Maluf/O Estado MS
Foto: Marcos Maluf/O Estado MS

População reclama da violência, falta de segurança e teme por uma possível falta de patrulhamento

Por Camila Farias

Após polêmica envolvendo a denúncia de quatro agentes do Batalhão de Choque da Polícia Militar em uma suposta agressão contra a população da Região Oeste de Campo Grande, moradores dos bairros Jardim Aeroporto e Vila Popular afirmam que a região não pode ficar sem o patrulhamento, em razão dos roubos que acontecem quase que diariamente na região. Além disso, destacam que são favoráveis às rondas preventivas realizadas pelas forças de segurança.

Na tarde de ontem (23), a equipe do jornal O Estado percorreu os bairros citados para conversar com os moradores sobre a segurança que rege o local e notou que já existem diversas casas que apostaram em sistemas de segurança para ampliar a prevenção contra os crimes que assolam o local. Concertina, cerca elétrica e até mesmo câmeras de videomonitoramento foram instaladas nas residências para tentar afastar os invasores.

A comerciante Eusébia Areco, 53 anos, que mora próximo do antigo posto da Polícia Militar na Vila Popular, afirmou que os moradores ainda sofrem com a falta de segurança mesmo com as rondas que acontecem de vez em quando pelas ruas do bairro.

“Quando havia aqui o posto policial, acontecia um roubo aqui, outro ali, mas não era tanto, agora é todos os dias os roubos, de manhã, a tarde ou a noite, por mais que aconteçam as rondas de vez em quando da Polícia Militar”, conta.

Já para o empresário Rodrigo Pache, 37 anos, a situação da falta de segurança ultrapassa os limites. Ele afirma que qualquer coisa que fique à vista dos bandidos é roubado em plena luz do dia. O pesadelo de Rodrigo se faz ainda mais presente agora que está abrindo uma loja nova no mesmo bairro e, apesar de o imóvel estar em fase de construção, não ficou imune aos criminosos, que não duvidaram em roubar desde fios da rede elétrica até a caixa d’água.

“Essa questão de denunciar a polícia por fazer o trabalho deles que é abordar quem for suspeito é improvável, pois assim vão afastando cada vez mais o policiamento aqui da região. Esse é o trabalho da polícia, abordar, verificar se tem algo errado e eles não podem ser punidos por isso, mesmo que essa punição seja uma mudança de localidade para trabalhar”, afirmou Rodrigo.

No trajeto até o bairro, a equipe do jornal O Estado pôde notar algumas viaturas da Polícia Militar fazendo rondas e, de acordo com moradores, essa é uma prática frequente no bairro, mas, ainda assim, eles temem que isso pare de acontecer após o episódio vivenciado nesta semana, em que um casal de moradores denunciou uma possível agressão por parte dos agentes do Batalhão de Choque.

Eles afirmaram que os agentes agiram de forma violenta na presença de crianças que estavam na residência. O casal de suspeitos tem passagem na polícia por narcotráfico. Após o registro do Boletim de Ocorrência e da denúncia ao Ministério Público, a promotoria pediu a prisão dos policiais, que foi negada pelo juiz auditor militar, e a partir disso a medida tomada foi retirar os agentes das áreas de atuação que compreendem a casa das vítimas.

Para o barbeiro e presidente do bairro Vila Popular, João Ramão, 48 anos, a segurança no bairro está caótica desde quando desativaram o posto da Polícia Militar há cerca de seis meses. Ele explica que durante a noite os usuários de drogas tomam conta das ruas e cometem furtos nas residências, e que isso é muito perigoso na Vila Popular. “Os policiais precisam ter liberdade para trabalhar, se cada vez que um policial abordar alguém na rua ele for denunciado, daqui a pouco não tem mais policiais atuando nos bairros, isso é um absurdo”, destacou.

De acordo com os comerciantes, quem mais sofre com os roubos são as residências, uma vez que os empresários optam por sistemas de segurança e as casas ficam mais suscetíveis à entrada dos bandidos, que costumam ser usuários de drogas da região.

O jornal O Estado conversou com o presidente do Conselho de Segurança da Região do Imbirussu, Deivid Gouveia, que informou que tem conhecimento de que o bairro não foi deixado de lado pelas autoridades e que entende que algumas medidas são necessárias para manter a ordem. “As pessoas confundem um pouco as coisas, está acontecendo em alguns grupos de Whatsapp uma conversa de que a polícia foi proibida de entrar nos bairros da região, mas isso não é verdade. Tem a polícia na rua, a guarda na rua sempre tem, isso está acontecendo normalmente”, declarou o representante.

Ações permanecem

Vale lembrar que, na edição de ontem (23), o O Estado conversou com o coronel Marcos Paulo, comandante da Polícia Militar, que afirmou que a população não deve temer desamparo por parte do policiamento. “A população não será prejudicada, no entanto aquela guarnição que foi em tese denunciada, quando assumir serviço, ela não será mais designada a trabalhar naquela região. Mas hoje o Batalhão de Choque trabalha com até oito viaturas por dia, então não vai causar prejuízo para a população de bem”, finalizou Marcos Paulo.

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