Ele orientou para o uso de chuveiro elétrico, ar-condicionado e ferro de passar de manhã e nos fins de semana
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fez na noite de terça-feira (31), durante pronunciamento em rede de rádio e televisão, um apelo por um “esforço de redução de consumo” de energia elétrica. Ele orientou que neste momento em que o País enfrenta a pior crise hídrica em 91 anos, é importante dar preferência para o uso de chuveiro elétrico, ar-condicionado e ferro de passar de manhã e nos fins de semana.
“Para aumentar a segurança energética e afastar o risco de falta de energia no horário de maior consumo, é necessário que a administração e o consumidor participem de um esforço inadiável de redução do consumo. O empenho de todos nesse processo é fundamental para atravessar com segurança o grave momento e para diminuir o custo da energia”, discursou o ministro.
“A título de exemplo, uma redução média de 12% no consumo residencial equivaleria ao suprimento de nada menos que 8,6 milhões de domicílios. Podemos conseguir até mais, eliminando todo o desperdício no consumo de energia, desligando luzes e aparelhos que não estão em uso, aproveitando mais a luz natural, reduzindo a utilização de equipamentos que consomem muita energia como chuveiros elétricos, condicionadores de ar e ferros de passar. E o mais importante: dando preferência para o uso desses equipamentos durante o período da manhã e nos finais de semana”, completou.
É a segunda vez que o ministro Bento Albuquerque faz um pronunciamento em cadeia nacional. Em 28 de junho, o ministro também se dirigiu à população para pedir a contribuição no enfrentamento da crise. Segundo ele, a condição hidrenergética do País se “agravou” nos últimos meses, pois não choveu o quanto era esperado na região Sul. O ministro afirmou que a crise é um fenômeno natural que também ocorre, com a mesma intensidade, em outros países. No pronunciamento, ele não citou a palavra “racionamento”.
“Hoje, eu me dirijo novamente a todos para informar que a nossa condição hidroenergética se agravou. O período de chuvas na região Sul foi pior que o esperado. Como consequência, os níveis dos reservatórios de nossas usinas hidrelétricas das Regiões Sudeste e Centro Oeste sofreram redução maior do que a prevista”, disse. Segundo ele, a perda de geração hidrelétrica equivale a todo o consumo de energia da cidade do Rio de Janeiro, por cerca de cinco meses.
O ministro afirmou que para enfrentar a situação, o governo tem utilizado todos os recursos disponíveis e tomando medidas extraordinárias para garantir o suprimento de energia. Por conta do baixo volume nos reservatórios, o governo tem autorizado o aumento no acionamento de usinas termelétricas, até mesmo as mais caras, e a importação de energia da Argentina e Uruguai.
Albuquerque reconheceu que, como todos os recursos mais baratos já estavam sendo utilizados, “a eletricidade adicional proveniente de geração termelétrica e de importação de energia custará mais caro”. Segundo cálculos apresentados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), essas medidas vão custar R$ 8,6 bilhões entre setembro e novembro. Para fazer frente às despesas, o governo recomendou a criação da bandeira “escassez hídrica”, com custo de R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora (kWh).
Durante o pronunciamento, o ministro citou medidas adotadas pelo governo na última semana, como a determinação de órgãos públicos reduzirem de 10% a 20% o consumo de energia. Albuquerque também comentou o programa de redução voluntária voltado para grandes consumidores e consumidores residenciais. As regras para a concessão de bônus para famílias que pouparem energia foram publicadas em portaria nesta terça-feira.
O ministro disse que levará tempo para a recuperação dos níveis dos reservatórios e que, além do empenho de todos, isso também dependerá das chuvas. “É por isso que, nesse momento de escassez, precisamos, mais do que nunca, usar nossa água e nossa energia de forma consciente e responsável. Com esse esforço, aliado ao conjunto de medidas que o governo federal vem adotando, seremos capazes de enfrentar essa conjuntura desafiadora. Uma conjuntura que será tão mais favorável quanto mais rápida, intensa e abrangente for a mobilização da sociedade para enfrentá-la.” (com informações da Terra)
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