Ministra do Meio Ambiente diz que seca no pantanal pode causar tragédia como chuvas no RS

Foto: Gabriela Biló /Folhapress
Foto: Gabriela Biló /Folhapress

O governo Lula (PT) divulgou dados de desaceleração no desmatamento no cerrado, no início de 2024, com queda de 12,9% nos alertas de destruição do bioma nos primeiros cinco meses do ano, em contraponto a um aumento mais de 40% durante 2023.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou a importância da parceria com os estados para esse resultado, e também lançou um pacto com governos da amazônia e do pantanal para combate à incêndios, em razão das projeções de seca forte na região.

“Não tem como continuar com a destruição do cerrado, sob pena de prejudicarmos as atividades econômicas [do país]”, afirmou ela, na data que marca o Dia Mundial do Meio Ambiente.

Na presença do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ela também lembrou que o governo trabalha em um plano de prevenção a desastres, e voltou a defender a criação do “estatuto da emergência climática para áreas de risco”.

A ideia é que esse instrumento funcione como o decreto de estado de calamidade, mas para permitir a ação preventiva aos desastres, e não apenas a reação após a tragédia.”[Precisamos] sair da lógica do gestão do desastre para a lógica da gestão do risco”, disse Marina Silva.

O governo anunciou novos dados do sistema Deter, do Inpe (Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais) que mede alertas de desmatamento e é usado para orientar ações de fiscalização.Os números indicam não só uma nova queda na Amazônia, mas que o ritmo da destruição começa arrefecer também no cerrado –bioma no qual, até aqui, o governo enfrenta dificuldades com suas políticas ambientais.

Durante todo o ano de 2023, em comparação com 2022, houve um aumento de 43,6% nestes alertas. Agora, eles começam a cair. Houve redução de 8% no compilado dos quatro primeiros meses do ano de 2024, em comparação o mesmo período no ano anterior. A queda aumentou para 12,9% no agrupado dos cinco primeiros meses, portanto, indicando que a destruição desacelerou.

Na amazônia, o índice segue caindo. Em 2023, houve diminuição de quase 50% nos alertas, quando comparados a 2022. Agora, entre janeiro e maio de 2024, o percentual de queda no desmate foi de 40,5%.

A ministra fez, ainda, uma série de outros anúncios, como a criação de duas novas Unidades de Conservação, uma na amazônia e uma no cerrado: a Reserva de Vida Silvestre do Sauim-de-Coleira, no Amazonas, e a de Cavernas de São Desidério, na Bahia.

Em razão dos alertas de seca, sobretudo na região Centro-Oeste, foi lançado um pacto com governadores para combate de incêndios e desmatamento, em parceria com as gestões que compõe a Amazônia e o Pantanal.

Em abril, a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) declarou situação crítica de escassez hídrica na bacia do Paraguai, que engloba o bioma pantaneiro. Com a seca, se alastram também as queimadas, legais e ilegais, que podem aumentar as taxas de destruição da vegetação nativa em todo o país.

O governo também criou uma Comissão Nacional de Bioeconomia, que deve, em 180 dias, construir um plano nacional para a bioeconomia, para elaboração de políticas públicas nos diferentes setores econômicos, com foco no fomento às atividades de desenvolvimento sustentável.

Foi anunciado, ainda, um programa de cidades resilientes, que visa adaptar os municípios brasileiros às novas realidades e aos impactos da mudança climática.

O governo também assinou a regulamentação Lei das Florestas Públicas, que agora prevê a comercialização de crédito de carbono e a concessão destas áreas para reflorestamento. A nova norma permite a concessão de direitos territoriais (como títulos para comunidades) em áreas não destinadas. Foi aberta ainda uma chamada pública na internet para receber contribuições dentro da elaboração do Plano Clima.

 

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