Ministério da Saúde suspende aplicação da AstraZeneca em grávidas e puérperas após morte de paciente

Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A vacina da AstraZeneca/Oxford está temporariamente suspensa para aplicação em grávidas e puérperas. O anúncio foi feito em coletiva de imprensa do Ministério da Saúde no fim da tarde desta terça-feira (11). A medida foi tomada após a morte de uma mulher por AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico que foi imunizada. Agora, uma investigação está sendo feita para determinar se causa tem a ver com o imunizante. A vacinação de mulheres com comorbidades continua, mas apenas com o uso da CoronaVac e do imunizante da Pfizer.

De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a vacinação será mantida apenas para as grávidas e puérperas com doenças pré-existentes. “Resumindo, a decisão do Ministério é circunscrever a vacinação das gestantes apenas para aquelas que têm comorbidades e restringir, neste momento, por uma questão de cautela, a dois imunizante: a vacina da Pfizer e a vacina CoronaVac”, afirmou.

“Todas as gestantes que forem imunizadas serão acompanhadas, como já estamos fazendo, independente do tipo de agente imunizante para verificar se há algum tipo de evento adverso”, concluiu.

O ministro da Saúde explicou ainda que a vacina da AstraZeneca está sendo suspensa por precaução até que seja esclarecida a causa da morte, que ocorreu na última sexta-feira (7). A paciente tinha 35 anos e era do Rio de Janeiro. O ministério atende a recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), divulgada hoje, de interromper o uso do imunizante. Uma nota sobre a recomendação foi divulgada.

“Esta recomendação é resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas contra Covid-19 em uso no país, e também com base no princípio da precaução. A medida veio após uma suspeita de evento adverso grave de acidente vascular cerebral hemorrágico ocorrido e que resultou em óbito fetal e da gestante. Até a tarde desta terça-feira (11/5), não havia outros eventos adversos graves envolvendo gestantes que tenham sido notificados para a Anvisa”, diz trecho da nota da agência.

Com a suspensão súbita, o Ministério da Saúde ainda vai determinar como será o calendário de vacinação das grávidas que foram imunizadas com a AstraZeneca ou que iriam ser vacinadas nos próximos dias. “A gente solicita que [as mulheres] aguardem um posicionamento do Programa Nacional de Imunização”, disse a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Franciele Francinato.

As gestantes serão acompanhadas por 30 dias pelas unidades de saúde após imunização, que já foram orientadas dos procedimentos para tratamento de trombose, segundo o Ministério.

 

Morte de paciente

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou o Ministério da Saúde que o caso de AVC (Acidente Vascular Cerebral) da paciente do Rio de Janeiro pode ser relacionado ao uso de vacinas com adenovírus como é o caso das vacinas de Oxford/AstraZeneca, aprovadas para uso no Brasil.

A bula do imunizante fornece dados insuficientes para que se possa relacionar o fato com a vacina. Por este motivo, a agência recomendou a suspensão. No entanto, a morte segue em investigação.

“Esse caso está em fechamento, faltam alguns detalhes em relação a exames laboratoriais que estão em investigação para o fechamento conclusivo deste caso”, afirmou coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Franciele Francinato.

 

Suspensão em MS

Antes da coletiva do Ministério da Saúde, o governo do Estado já havia anunciado a suspensão da vacinação de grávidas e puérperas com a AstraZeneca, seguindo a recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

 

(Matéria editada às 19:02 para acréscimo de informação e corrigida às 19:46)

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