Senadora descartou MS na condicionante proposta por Bruno Araújo
Após o presidente do PSDB, Bruno Araújo, dizer que o apoio do partido à presidenciável do MDB, senadora Simone Tebet, dependia da “reciprocidade” entre as legendas, especialmente em Mato Grosso do Sul, que tem como pré-candidato a governador André Puccinelli (MDB), a pré-candidata “apagou a fogueira” e disse ontem (26) que o Estado está fora da condicionante declarada pelo tucano. “O meu [pré] candidato, é o André”, disse Simone, descartando que o partido abra mão da candidatura própria.
Simone declarou durante entrevista à imprensa na Assembleia Legislativa que conversou com Araújo por telefone na noite de quarta-feira (25), logo após a entrevista dele ao Estadão. Segundo ela, o presidente nacional do PSDB observou os estados onde havia competição entre os dois partidos [Rio Grande do Sul e Pernambuco, além de MS], e colocou na mesa a possibilidade para verificar quais poderiam ceder uma majoritária, para que o ninho pudesse compor com Simone à Presidência da República.
“Ele [Bruno Araújo] deu a entrevista antes e depois conversou com cada um para começar a desenvolver. Então, assim esquece, isso é página virada, isso não está dentro do processo, e eu já conversei com as lideranças do MDB e está todo mundo tranquilo.”
A emedebista diz que descartou quaisquer possibilidades de o diretório regional do MDB em MS abrir mão da candidatura de Puccinelli. “Falei que em Mato Grosso do Sul é impossível, porque nós temos dois candidatos e não haveria possibilidade, e que inclusive o PSDB já tem composição nas duasvagas da majoritária. E nós temos candidatura própria. A vantagem em relação a muitos partidos é que o MDB não tem dono, e quem manda são os diretórios regionais. Se o diretório regional entender que aqui tem candidatura própria, aqui tem e ponto final. Então, podemos discutir outras coisas, isso é página virada.”
O PSDB ainda não formalizou apoio a Simone e marcou para a próxima terça-feira (31) a divulgação. Simone afirma que o PSDB não impôs que MS teria de abrir mão da candidatura a governo para apoiá-la e que o momento pede equilíbrio.
Questionada sobre se andará de mãos dadas com Puccinelli, já que nos bastidores comentários são de que os dois não seriam “tão aliados”, a pré-candidata negou e afirmou que o seu pré-candidato é Puccinelli. “A relação está a melhor possível, eu sou do diretório. Nós fazemos tudo em conjunto. O meu candidato, é o André. Agora, a partir do momento que se oficializar lá [a minha pré-candidatura] e aqui, aí a conversa é outra. Ele [André] está aguardando, assim como eu. Nem ele fala e nem eu falo de candidatura, nós somos uma pré-candidatura.”
Pesquisas
Segundo ela, os próximos passos para subir nas pesquisas são aguardar o posicionamento final do PSDB na semana que vem para que se apresente ao Brasil como pré-candidata da frente que se intitula como a do centro democrático e é formada pelo MDB, Cidadania e PSDB.
“Os dois partidos são irmãos, porque um nasceu do outro. O PSDB nasceu do coração do MDB. A frente serve, para que nós possamos mostrar que quando o Brasil precisa, os grandes partidos do centro se unem para dar alternativas aos brasileiros. Alternativa da soberania, que é a soberania popular, a soberania do voto. O que a gente não pode, é um Brasil dessa dimensão, de termos apenas dois olhares, o olhar para o passado ou permanecer com o presente. É preciso que a política dê alternativas de voto ao eleitor e o eleitor em outubro obviamente é quem vai decidir aquilo que acha que é o melhor.”
Lideranças se manifestaram
Lideranças do MDB também se manifestaram sobre a fala de Bruno Araújo, antes de Simone Tebet. O ex-ministro Carlos Marun disse em nota oficial que “não existe a possibilidade de André e o MDB-MS apoiarem outro candidato. “Lideramos todas as pesquisas. Respeitamos os outros candidatos e compreendemos o seu direito de se apresentarem para a eleição, mas não abrimos mão do nosso. Já levei esta posição para a direção nacional do MDB, da qual faço parte, e recebi garantia quanto a nossa candidatura”, disse Marun, que reforçou que o fato não é empecilho para que o MDB apresente candidatura à Presidência.
André Puccinelli afirma que continua pré-candidato a governador. “Acorda, meu MS, seguimos com nosso plano de trabalho.”
O presidente estadual, ex-deputado Júnior Mochi, concordou e afirmou que a fala de Araújo não condiz com os planos do diretório regional. “Não tem possibilidade.” Em compensação, o secretário de Governo, deputado licenciado e marido de Simone Tebet, Eduardo Rocha não atendeu ligações para emitir posicionamento. Ele anda meio “afastado” do MDB e nos bastidores recebeu apelido de “persona non grata” após aceitar cargo no governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) e “ficar em cima do muro” sobre o apoio.
Texto: Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado MS.
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