Mesmo com glamour para ‘dar e vender’, shoppings têm lista extensa de insatisfações

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Foto: Marcos Maluf

Insegurança, produtos caros e lojas fechando são algumas das reclamações

Não é de hoje que os shoppings de Campo Grande têm deixado a desejar, colecionando uma lista extensa de insatisfações para quem visita. Por fora, parece ser um ambiente favorável para passear com a família e amigos, mas por dentro, o que se vê é insegurança, estacionamento caro e decadência. O alto valor dos produtos também não foge das reclamações dos clientes. Todos os shoppings foram procurados, mas, até o fechamento desta edição, não houve posicionamento.

O caminhoneiro Carlos Rosemberg, de 50 anos, pontua sobre os gastos. “Para ir é preciso estar com muito dinheiro, principalmente se for com criança, pois é tudo caro. Cobrar o estacionamento é outra coisa que deveria ser proibida, porque a gente já vai lá para gastar e ainda tem que pagar estacionamento. O shopping Campo Grande, mesmo, é um absurdo ter que pagar 12 ‘conto’ a hora.”

O shopping Norte Sul Plaza, situado na avenida Presidente Ernesto Geisel, é sinônimo de insegurança, com diversos episódios de roubo no estacionamento e até de sequestro, em frente ao empreendimento. A região é próxima de terrenos baldios, córrego e ruas desertas, o que gera ainda mais preocupação.

Em novembro do ano passado, uma jovem de 19 anos foi assaltada no estacionamento. Ela registrou boletim de ocorrência e disse à polícia que, após fazer compras em uma loja do local foi abordada por um assaltante armado, que levou todas as suas coisas.

Antes disso, em 2017, uma mulher foi vítima de sequestro. Ela estava dentro de um carro HB20 e o bandido, armado com revólver, pediu para ela sacar no caixa eletrônico a quantia de R$ 2 mil. Em 2018, um carro JAC J3 foi furtado no estacionamento e, pelo menos, na época, não havia câmeras de segurança.

Mesmo diante dos acontecimentos, o estacionamento é cobrado. Atualmente, custa R$ 10 a hora para carro. A moto tem valor fixo de R$ 8. A recepcionista Eva dos Santos, de 50 anos, reclama do valor devido à falta de segurança. “Quando vou no shopping Norte Sul, sempre estaciono fora. Lá já teve até assalto. Pelo valor, deveria ter mais segurança.”

Deserto

Lojas fechadas e espaço deserto são características bem comuns do shopping Bosque dos Ipês, localizado na avenida Cônsul Assaf Trad. Quem passa por lá quase não tem opções de locais para comprar, já que muitos estabelecimentos fecharam.

Em 2013, Campo Grande ganhava a promessa de um pomposo empreendimento, na região norte, mas, no entanto, não surpreendeu. Fato comprovado pela professora Luiza Helena Marques, de 34 anos, que afirma não gostar de ir ao local.

“O fato de ser muito vazio desanima de ir. Nem parece ser um shopping. Só vou quando preciso fazer algo rápido, mas apenas para passear não gosto”, lamentou.

No site consta que são mais de 60 lojas, mas, em contrapartida, outros 15 espaços estão fechados, conforme apurado pela equipe de reportagem. O shopping já viu o supermercado Walmart, Marisa, Zara e a rede C&A fecharem as portas.

Atualmente, uma das âncoras do local também tem dado sinais de decadência. Prateleiras vazias, poucos funcionários e itens desorganizados são alguns dos sinais. Para estacionar, há vaga de sobra, mas o valor é um pouco “salgado”, tendo que desembolsar R$ 11.

Estacionamento caro

Entre os três estabelecimentos, o shopping Campo Grande, na avenida Afonso Pena, é o que concentra mais movimento. Por lá são mais de 250 lojas.

Apesar de ser considerado âncora e estar bem localizado, o preço do estacionamento é o que mais incomoda os frequentadores. A hora é cobrada R$ 12 para carro e motocicletas. Já a hora adicional é cobrada R$ 2.

De acordo com os entrevistados, além do valor, encontrar vaga para estacionar se torna um desafio. São vários minutos gastando gasolina para poder encontrar uma vaga e depois andar a pé, para chegar até a entrada principal.

Por Suzi Jarde – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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