Mesmo sem risco de abastecimento medida visa coibir especulação
Os consumidores se depararam ontem com placas no interior de alguns supermercados da Capital, com o aviso da limitação da compra de determinados produtos, entre eles arroz e óleo de soja. De acordo com entidades representantes do setor, a ação visa evitar a estocagem de produtos e até mesmo a revenda em valores superiores, tal e como aconteceu no começo da pandemia. Além disso, as autoridades afirmam que não haverá o desabastecimento de alimentos.
Questionada, a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) explicou que não há risco de desabastecimento e, por isso, a medida propõe evitar a estocagem de produtos nas residências. Situação semelhante à vivenciada no início da pandemia.
“Algumas localidades estão aderindo, mas não é uma realidade de todos os supermercados do Brasil. A medida visa evitar aglomerações e compras desnecessárias, não há a necessidade de estocar produtos, queremos evitar isso e por isso, as restrições são relacionadas a prevenção. Mesmo assim, os estoques e depósitos estão completos e não há risco de desabastecimento”, pontuou.
Em nota a assessoria de comunicação da rede Fort Atacadista destacou que a medida visa garantir a disponibilidade dos produtos para os seus clientes, sendo assim, a ação será executada por tempo determinado.
“O Fort Atacadista informa que busca garantir a disponibilidade dos itens para os clientes, além de procurar alternativas com fornecedores. A limitação é temporária em alguns produtos para garantir atendimento a todos”, informou.
Para Matheus Boldrine, doutor em Economia e professor da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), ações como esta evitam a revenda com valores bem acima dos praticados no mercado, e completa que, no médio prazo, a tendência é de que os valores praticados no mercado alcancem uma estabilidade ou, até mesmo, queda.
“Pode ser uma medida importante para evitar estoques especulativos, ou seja, evitar que pessoas comprem grandes quantidades apenas para revender mais caro e não porque precisam se alimentar. Para o médio prazo (ainda mais que existe uma previsão de alta na safra do ano que vem) a tendência é que os preços se equilibrem e até mesmo caiam. Contudo no curto prazo depende muito da flutuação cambial, se tivermos uma queda no preço do dólar o arroz tende a cair de preço agora se tivermos uma alta significativa do dólar o preço poderá continuar subindo. Acho que a medida de reduzir as alíquotas de importação devem ajudar a conter a intensidade de aumentos. Ou seja, pelo menos parar de subir”, explicou.
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(Texto: Michelly Perez)