Escolas particulares se preparam na expectativa de retorno

Após acordo, definição depende da publicação de um decreto

O aval para que escolas privadas de Campo Grande possam retornar com o modo presencial ainda depende de publicação em decreto. O acordo firmado entre prefeitura, representantes das escolas particulares e do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) prevê que as aulas da Educação
Infantil sejam retomadas a princípio, em 21 de setembro.

Conforme a Prefeitura de Campo Grande, ainda não há uma data definida para a publicação do decreto, que deve levar em conta a taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que deve estar abaixo dos 85%.

O gerente pedagógico da Funlec (Fundação Lowtons de Educação e Cultura), Hudson Cruz Ortiz explicou
que, enquanto o decreto não é publicado, a rede de ensino está treinando os professores e funcionários para a retomada das atividades presenciais, conforme os planos de biossegurança.

A reportagem do jornal O Estado acompanhou a preparação do retorno às aulas na Funlec Raul Sans de Matos, na Vila Santa Dorotheia. Na unidade, foram implementados tapetes sanitizantes logo na entrada, além de totens contendo álcool gel. A administração da escola salientou que os alunos vão passar por triagem na chegada do colégio, com aferição de temperatura e higienização das mãos.

Dados preliminares de pesquisa, realizada com os pais de alunos da Educação Infantil da rede Funlec, apontam que pelo menos 50% das famílias têm a intenção de enviar as crianças à escola, conforme Ortiz. “Nessa faixa-etária [até 5 anos], os pais precisam trabalhar e deixar os filhos com alguém. O risco [de disseminação da COVID-19] ao contratar alguém é maior do que o do ambiente escolar”, pontuou
Hudson.

O coordenador acredita que a alfabetização seja um fator determinante para que os pais decidam mandar os filhos à escola, haja vista que o ensino a distância é mais difícil para as crianças da Educação Infantil que precisam de acompanhamento integral.

O diretor da Escola Mon Petit, Antônio José Dal Moro, ressaltou que o ambiente escolar é seguro por conta de uma triagem que já começa em casa. Os pais devem assinar um termo de compromisso que assegure que os filhos só sejam enviados se não apresentarem sintomas gripais, como dor de garganta e coriza. A escola terá um profissional na entrada responsável por uma segunda triagem, com aferição de temperatura e questionário sobre eventuais sintomas gripais. Segundo o acordo estabelecido pelo município e MPMS, as unidades escolares só podem funcionar com 30% da capacidade total, o que deve atender 1,8 mil crianças de Campo Grande.

A Escola Mon Petit assegurou que o ensino continuará remoto para os demais 70% dos alunos. “Nós estamos estudando ainda, se faremos rodízio e como atenderemos todos os alunos com biossegurança. Mandamos uma enquete para os pais, para verificarmos o espaço de cada sala de aula, e o interesse de cada família em mandar o filho para a escola”, reiterou Dal Moro.

Conforme o diretor, a retomada presencial das aulas será diferente, com uma maior ocupação das áreas ao ar livre, além de um cuidado redobrado para que os alunos de diferentes salas não se encontrem em espaços comuns da instituição.

(Texto: Mariana Moreira)

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