Estimativa do IPCA caiu para 5,46% e taxa Selic deve terminar o ano em 14,75%, segundo Boletim Focus
O mercado financeiro diminuiu levemente a projeção para a inflação de 2025, mas a expectativa ainda permanece acima do limite da meta estipulada pelo Banco Central. De acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (2), a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 5,5% para 5,46%.
Apesar da redução, a estimativa segue acima do teto da meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo — ou seja, até 4,5%.
Para os anos seguintes, as projeções do mercado indicam trajetória de desaceleração gradual da inflação: 4,5% em 2026, 4% em 2027 e 3,85% em 2028.
Os dados mais recentes mostram que a inflação oficial, medida pelo IPCA, registrou alta de 0,43% em abril. O índice foi pressionado principalmente pelos alimentos e medicamentos. No acumulado de 12 meses, a inflação soma 5,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o segundo mês consecutivo de desaceleração, após as altas de 1,31% em fevereiro e 0,56% em março.
Para tentar manter a inflação sob controle, o Banco Central tem mantido a política de juros elevados. A taxa básica, a Selic, está fixada em 14,75% ao ano, após mais uma elevação de 0,5 ponto percentual na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Foi o sexto aumento seguido, em meio a um cenário de incertezas internas e externas, alta de preços de alimentos e energia, e dúvidas sobre o ritmo da economia global.
No comunicado pós-reunião, o Copom evitou sinalizar os próximos passos, afirmando apenas que o ambiente de incerteza exige cautela da autoridade monetária. A expectativa do mercado é que a Selic permaneça nesse patamar até o fim de 2025. Para os anos seguintes, as projeções indicam quedas graduais: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
A taxa básica de juros é usada como principal instrumento para conter a inflação. Juros mais altos tendem a encarecer o crédito e desestimular o consumo, o que ajuda a controlar os preços. No entanto, esse movimento também pode impactar negativamente o crescimento econômico.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o mercado ajustou levemente a previsão de crescimento para este ano: de 2,14% para 2,13%. Para 2026, a estimativa subiu de 1,7% para 1,8%. Nos anos seguintes, a projeção é de crescimento estável, em torno de 2% tanto em 2027 quanto em 2028.
Segundo o IBGE, a economia brasileira cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, puxada principalmente pelo setor agropecuário. Em 2024, o PIB fechou com expansão de 3,4%, o quarto ano consecutivo de crescimento, e o melhor desempenho desde 2021, quando alcançou 4,8%.
A cotação do dólar também segue em alta nas projeções do mercado. A expectativa é de que a moeda norte-americana encerre 2025 valendo R$ 5,80. Para o fim de 2026, a previsão é de R$ 5,90.
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