Mercado financeiro projeta aumento da inflação de 9,77% para 10,12%

Edifício-sede do Banco Central no Setor Bancário Norte, em lote doado pela Prefeitura de Brasília, em outubro de 1967
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (22) mostra nova alta da inflação no país. A projeção do mercado financeiro é que a o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) passe de 9,77% para 10,12%, a 33ª elevação seguida da previsão.

O mercado estima ainda que em 2022 a inflação chegue a 4,96%. Para 2023 e 2024, as previsões são de 3,42% e 3,1% respectivamente.

A nova alta, impactada pelo aumento de preços de combustíveis e alimentos, acelerou a inflação 1,25%, a maior para o mês desde 2002, segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com isso, o indicador já acumula altas de 8,24% no ano e de 10,67% nos últimos 12 meses.

A previsão para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior de 5,25%. Para 2022 e 2023, as metas são 3,5% e 3,25%, respectivamente, com o mesmo intervalo de tolerância.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 7,75% ao ano pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Para a próxima reunião do órgão, no mês que vem, o Copom já sinalizou que pretende elevar a Selic em mais 1,5 ponto percentual.

As projeções do BC para a inflação também estão ligeiramente acima da meta para 2022 e ao redor da meta para 2023. Isso reforça a decisão da autarquia de manter a política mais contracionista, com elevação dos juros, para manter o IPCA dentro do intervalo de tolerância definido pelo CMN.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 9,25% ao ano, em linha com a sinalização do BC. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica suba para 11,25% ao ano. E para 2023 e 2024, a previsão é de Selic em 7,75% ao ano e 7% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

As instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 4,88% para 4,8%. Para 2022, a expectativa para o PIB (Produto Interno Bruto) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 0,7%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2% para ambos os anos.

A expectativa para a cotação do dólar se manteve em R$ 5,50 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é de que a moeda americana também fique nesse mesmo patamar.

(Com Agência Brasil)

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