Mato Grosso do Sul investiga a cinco casos suspeitos para Varíola dos Macacos

IOC_6647_dentro_atazanavir

Doença se tornou prioridade do Ministério da Saúde que se prepara para comprar vacinas

Por Claudemir Candido

A SES (Secretaria Estadual de Saúde) informou ontem (25), que Mato Grosso do Sul possui cinco casos suspeitos de Varíola dos Macacos, ou Monkeypox. Vale lembrar, que em declaração, no último sábado (23), o Diretor-Geral da OMS (Organização Mundial de Saúde) Tedros Adhanom declarou a doença Monkeypox, mais conhecida como varíola dos macacos, como emergência de saúde global, a decisão foi tomada após o surto da doença, já identificada em 75 países. No Brasil, o Ministério da Saúde contabilizou, até a tarde de ontem (25), mais de 700 casos confirmados.

Em Mato Grosso do Sul, a SES vem acompanhando a ampla discussão referente a Monkeypox. A secretaria ainda informou sobre o registro de cinco casos suspeitos no Estado neste momento. Destes, três casos são investigados em Campo Grande, onde dois dos pacientes estão em isolamento domiciliar e um encontra-se
internado.

Além disso, o quarto caso foi registrado no município de São Gabriel do Oeste, no qual o paciente foi internado e aguarda resultado de exames laboratoriais. O quinto caso, é de um homem residente no Estado, mas que se encontra no Rio de Janeiro onde relatou contato com pessoa desconhecida e dias depois, apresentou erupções cutâneas pelo corpo. Este indivíduo encontra-se internado e aguardando resultado laboratorial.

“Desde o anúncio da doença no país, Mato Grosso do Sul notificou nove casos suspeitos, sendo três casos descartados, cinco se encontram em investigação e um já foi confirmado”, confirma a SES.

Em nota para o O Estado, o Ministério da Saúde pontuou que a doença se tornou prioridade da pasta, e que no momento já existe um monitoramento constante da epidemia para orientar as ações de vigilância pelo país. Este monitoramento conta com o apoio do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) e SVS (Secretaria de Vigilância em Saúde).

Vale lembrar, que no Brasil já foram confirmados 696 casos, sendo 506 no estado de São Paulo, 102 no Rio de Janeiro e 33 em Minas Gerais. O Distrito Federal, além de estados do Sul e Nordeste também registram casos confirmados da doença. Mesmo com a possibilidade da vacinação, ela não é recomendada para a aplicação em massa em países não endêmicos, o que significa que no país, a imunização deverá ocorrer em profissionais da saúde e quem teve contato com casos suspeitos.

Questionada, a Dra. Haydée Marina do Valle Pereira, infectologista e coordenadora do SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) do Hospital Unimed Campo Grande, conta que a doença não traz riscos graves aos pacientes infectados, no entanto, a melhor forma de evitar o vírus é a prevenção e a informação.

“A transmissão pode acontecer por vias respiratórias, por gotículas de saliva e fluidos corporais, mas também por contato indireto, quando tocamos superfícies ou objetos infectados, ou ainda por contato direto, através de abraços, aperto de mão com um indivíduo infetado, por exemplo”, conta a médica.

Dentre as formas de prevenção contra a doença estão cuidados como: lavar as mãos sempre que for possível, uso de máscara, uso de álcool em gel, medidas protetivas bem parecidas com as que preveniam a COVID-19.

Ainda segundo informações do Ministério, a pasta veio se preparando desde o anúncio dos primeiros casos pela OMS, e que tem trabalhado para evitar que a doença se espalhe ainda mais pelo país.

“Todas as medidas anunciadas, já estão sendo desenvolvidas no Brasil desde o início de julho. O Ministério instalou uma Sala de Situação para orientar os estados e municípios sobre como atender a população de uma melhor forma neste período. Testes para o diagnóstico da doença já estão disponíveis para toda a população, que se enquadre na definição de casos suspeitos”, finalizou a nota do Ministério.

Sintomas

Dados sobre a doença, apontam que ela dura de 2 a 4 semanas no corpo, de início o paciente apresenta sintomas como febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios inchados, calafrios e exaustão. No período de 01 a 03 dias após o aparecimento de febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, começando pelo rosto e se espalhando por outras partes do corpo, na maioria dos casos.

Negociação em busca de prevenção

Diante do crescimento no número de casos da Monkeypox, o Ministério da Saúde iniciou estudos e um planejamento para a compra de vacina Imvanex recomendada pela EMA, a Agência Europeia de Medicamentos utilizada no combate da doença.

A vacina Imvanex é usada para proteger adultos do vírus da varíola dos macacos, que se espalhou para 75 países com mais de 16.000 casos. O agente imunizante da Imvanex é justamente considerado uma opção devido à sua semelhança com os agentes infecciosos da varíola comum.

A negociação com o laboratório europeu está sendo estudado pelo Ministério com apoio da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde). Até o momento não foi divulgado o valor da negociação para a aquisição e ainda não há previsão de distribuição da vacina para que os estados possam iniciar um a articulação que implicará na prevenção da população contra a infecção.

Leia a edição impressa do Jornal O Estado MS.

Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *