Mato Grosso do Sul contabiliza 14 variantes da COVID-19 registradas em 48 municípios

Foto: Saul Schramm/Governo de MS
Foto: Saul Schramm/Governo de MS

Mato Grosso do Sul registrou pelo menos 14 variantes da COVID-19 em 48 municípios com a predominância, entre elas, da linhagem de Manaus (P.1), que é a mais transmissível. Esse mapeamento genômico reforça a necessidade das medidas de prevenção como distanciamento social, uso de máscaras de proteção e higiene constante das mãos.

“A P.1 é muito mais contagiosa. Essa variante genômica, o que sabemos é que ela é 2,4 vezes mais transmissível que as outras linhagens do coronavírus. A B.1.1.28 foi mais predominante no ano passado, mas ela era muito menos transmissível. Com a alta circulação da P.1, é preciso fortalecer políticas públicas que promovam o distanciamento físico e o uso da máscara”, alertou a secretária-adjunta de Saúde, Christine Maymone.

No período de 7 a 21 de junho de 2021, foram sequenciados os genomas virais de 37 amostras clínicas (swab nasofaringeano) coletadas em 2020 (maio, junho e dezembro) e 2021 (março, abril e maio), em 11 municípios sul-mato-grossenses. Dessas amostras, 26 eram da variante P.1.

Nesse levantamento, entre os infectados pela linhagem manauara estavam homens e mulheres com 17 anos ou mais de Campo Grande, Amambaí, Antônio João, Bela Vista, Brasilândia, Dourados, Ivinhema, Naviraí, Ponta Porã e Três Lagoas.

“É possível observar que houve uma mudança das linhagens ao longo do tempo, sendo que a partir de 2021 a linhagem P.1 passou a ser a mais predominante”, diz o relatório feito em parceria pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e Lacen (Laboratório Central).

Mutações estão em 48 municípios  

Ao longo da pandemia foram 213 casos de variantes mapeados no Estado, incluindo 64 da mutação P.1, o que representa 30% das amostras. Na sequência aparecem mais linhagens brasileiras, a B.1.1.28 (28,6%), B.1.1.33 (18,8%) e a P.2 (15,5%).

s outras mutações encontradas foram: B1 (responsável pelo surto no norte da Itália no início de 2020), B1.212 (sul-americana), N.4 (Chile), P.1.2 (Brasil, Argentina, Países Baixos, EUA e Espanha), A.2.5.2 (Itália, EUA e Reino Unido), B.1.1 (Europa), B.1.1.247 (regiões norte da Europa e da África e Gâmbia, na África Ocidental) B.1.1.274 (Inglaterra, Tailândia, Rússia e EUA), B.1.1.44 (Reino Unido, Dinamarca e Islândia) e B.1.240 (EUA).

Christine Maymone explica que o vírus da COVID-19 apresenta uma velocidade muito grande de mutação, ampliando a necessidade de imunizar a população o mais rápido possível. 

“Os estudos mostram que, até agora, a vacina está funcionando. Mas no caso da Influenza, o que a gente faz? A gente faz a vigilância genômica do ano e implementa a vacina para o ano seguinte, de acordo com as variantes que circularam. Só que esse vírus é diferente porque ele muda rapidamente. Precisamos chegar o quanto antes a uma imunidade coletiva, que é de 70% da população com as duas doses”, pontuou a secretária-adjunta. 

(Rafael Ribeiro)

 

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