O ex-prefeito e candidato a governo do Estado pelo PSD, Marquinhos Trad, foi intimado na tarde de ontem (19) a prestar depoimento na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), na quarta-feira (21).
O político é investigado pelos crimes de assédio sexual, estupro, tentativa de estupro, favorecimento à prostituição e importunação sexual. Conforme já noticiado pelo jornal O Estado, na edição do dia 15 de setembro, o inquérito policial que investiga os supostos crimes completou dois meses de investigações no último domingo (18).
Cabe relembrar que o ex- -prefeito já admitiu ao site nacional Metrópoles que manteve relações extraconjugais, de forma consensual, com, pelo menos, duas das denunciantes. Reforçou também que os encontros ocorreram fora da prefeitura.
Com a repercussão nacional do caso, o portal Metrópoles trouxe outra matéria com trechos de uma conversa de WhastApp entre uma das denunciantes e o ex-prefeito, datados dos dias 11 e 12 de maio de 2020 e que inclusive faz parte da investigação da Polícia Civil. Segundo as mensagens eles teriam se encontrado na prefeitura, na manhã do dia 12, a mulher comunicou a Marquinhos Trad que estava a caminho da prefeitura e perguntou se o encontro seria no 2º andar.
A vítima teria reforçado, em depoimento à polícia, que manteve relação sexual consentida em um banheiro do gabinete do então prefeito. Após o fim da relação extraconjugal, quando ela já estava casada com outro homem, Trad tentou beijá-la à força, em episódio que teria ocorrido em junho deste ano. Essa informação também foi divulgada pelo Metrópoles.
Diante do surgimento de novos relatos, a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) realizou, no dia 9 de agosto, diligências no prédio da Prefeitura Municipal de Campo Grande. No local foi feito o reconhecimento dos possíveis espaços onde os crimes de assédio teriam sido cometidos, além do cumprimento de um mandado de busca e apreensão de dois computadores da recepção do gabinete no Paço Municipal para perícia.
Por sua vez, as advogadas de defesa de Marquinhos Trad afirmam que o inquérito policial aberto para investigar os supostos crimes contra a dignidade sexual não passa de uma armação política. Em entrevista ao SBT, Trad disse que “nós vamos vencer essas eleições, vamos punir todos esses que armaram contra a nossa pessoa”.
Além disso, a defesa de Marquinhos também solicitou à Justiça o afastamento da delegada Maíra Pacheco Machado, por atos ilegais e abuso de poder praticados em inquérito para investigar o suposto assédio. No entanto, o pedido foi indeferido, conforme publicação divulgada no Diário Oficial da Justiça do dia 24 de agosto.
“Pelos motivos expostos, indefiro a peça inicial, ante a ausência de seus requisitos legais, com fundamento nos artigos 1º e 10, da Lei nº 12.016/2009”, trazia trecho da decisão.
A equipe de reportagem do jornal O Estado entrou em contato com a assessoria de imprensa do candidato Marquinhos Trad, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.
Por Suelen Morales – Jornal O Estado de MS
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