Somente ontem, cerca de 50 estabelecimentos paralisaram atividades na Capital
Depois de mais de sete dias, apoiadores bolsonaristas seguem se manifestando na frente do CMO (Comando Militar do Oeste). Ontem (7), o movimento ganhou o reforço de diferentes setores comerciais e do agronegócio que decidiram paralisar os atendimentos em apoio. Contudo, no início da noite de ontem (7).
O STF (Supremo Tribunal Federal) publicou a determinação para que as forças de segurança de todo o País apontem informações sobre os manifestantes que estão em frente aos quartéis e em rodovias. Segundo a determinação as multas podem chegar a R$ 100 mil.A equipe de reportagem foi às ruas e constatou que, apesar de o clima ter sido de normalidade nas principais vias comerciais, como Coronel Antonino, 14 de Julho e Mascarenhas de Moraes, onde a maioria das lojas estava aberta. Ainda assim, foi possível encontrar estabelecimentos que optaram por não abrir as portas e participar da “Greve geral em apoio à Pátria”.
Conforme uma lista a que a reportagem de O Estado teve acesso, transportadoras, empresas ligadas ao agronegócio e também comércios de outros setores declararam apoio ao rol de estabelecimentos que se prontificaram a fechar as portas e aderir aos movimentos considerados antidemocráticos. Em Campo Grande, mais de 50 empresas, denominadas como “Patriotas Participantes”, se comprometeram com a greve e assinaram a lista.
Na manhã de ontem (7), em diferentes estabelecimentos, a reportagem identificou comunicados impressos na porta com as informações de “A loja permanecerá de portas fechadas em prol da democracia”, já outros optaram por enviar mensagens via aplicativo para informar os clientes sobre a adesão à paralisação.
Com a mensagem de “apoio à pátria”, os empresários têm se reunido em frente do Comando Militar do Oeste na Capital, e em frente de quartéis no interior de Mato Grosso do Sul. Além do pedido para que as forças militares assumam o comando do país, deposição dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), recontagem dos votos, demais medidas contrárias também estão sendo exigidas pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
Negociação entre empregados e empregadores
Acompanhando a decisão e os atos dos comerciantes, o Sindivarejo CG (Sindicato do Comércio Varejista de Campo Grande) afirmou que não pode se posicionar quanto ao assunto, contudo, segundo o presidente da entidade, Sebastião Abritta, “está sendo pedido que a relação entre empregados e empregadores ocorra com bom senso neste período, sobretudo, com uma boa negociação entre as partes, a fim de evitar possíveis transtornos futuros”, declarou ele à reportagem.
Vale lembrar que, na edição de sábado (5), o jornal O Estado adiantou sobre a possibilidade da manifestação e a adesão dos empresários, após grupos nas redes sociais publicarem o chamamento para uma greve geral.
Questionado na ocasião sobre o tema, Adelaido Villa, presidente da CDL-CG (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Campo Grande, informou que estava ciente e ao mesmo tempo preocupado com os possíveis impactos que esta manifestação possa provocar ao comércio local, ainda mais diante da proximidade com datas importantes para as vendas como a Black Friday e a Copa do Mundo. “Fizemos uma checagem para constar a adesão e o que nos parece é que o movimento ainda está tímido, os empresários estão preocupados com as dívidas e as contas que precisam pagar. O fechamento de um ou dois dias é muito complicado, então talvez tenha até quem tenha o desejo de manifestar, mas essa questão da baixa de vendas pode impactar”, explicou ele, que também pontuou que a medida pode reduzir a arrecadação, geração de empregos e a contratação de trabalhadores temporários”.
Por Brenda Leitte – Jornal O Estado do MS.
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