Maioria dos casos de estupro em MS foram registrados no interior

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Foto: Reprodução/Pixabay

Mato Grosso do Sul registrou 1.347 casos de estupro entre os meses de janeiro a setembro de 2022. Desses, 965 foram contabilizados no interior do Estado, o que corresponde a 71,6% dos crimes desse tipo. Os dados são da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

Os numeros ainda mostram que a maioria dos casos de violência sexual foram praticados contra crianças. Dos 1.347 casos, 634 foram cometidos em crianças de zero a 11 anos, 467 contra adolescentes (com idades entre 12 e 17 anos), 105 contra jovens (de 18 a 29), 107 contra pessoas adultas (30 a 59 anos) e 11 idosos (acima de 60 anos). Outros seis casos não informados pela pasta.

No interior do Estado, os crimes seguem de forma preocupante. Do total de 965 casos, 437 das vítimas foram crianças, 377 são adolescentes, 63 jovens, 67 adultos, 8 idosos e 4 casos não foram informados. É importante destacar que no total de casos, tanto no aspecto geral do Estado quanto no interior, as mulheres seguem sendo as principais vítimas: 1142 no MS, em geral e 823 apenas nos casos registrados no interior.

Em janeiro, foram contabilizados no Estado 171 casos, em fevereiro 126, em março 164, em abril 152, em maio 157, em junho 138,  em julho 187, agosto 135 e setembro 117. É possível perceber que houve um aumento dos casos no mês de julho, caracterizado como o período de férias escolares, onde as crianças passam grande parte do tempo em casa e os suspeitos em grande maioria são homens com algum grau de parentesco com a vítima e que vivem em conjunto nas residências, sendo os padrastos os mais citados nas denúncias. O cenário se repete no interior, onde os registros dispararam no mês de julho, com 141 casos.

Na noite de segunda-feira (26) uma menina de 5 anos foi estuprada no município de Bodoquena, a 285 quilômetros de Campo Grande. O crime ainda tentou ser acobertado pela própria mãe da criança. A mulher teria tentado acusar o pai da menina, mas o fato foi testemunhado pelo irmão da vítima, uma criança de oito anos que identificou o verdadeiro suspeito para a polícia.

Outro caso recente também ocorreu no interior de MS. Um adolescente de 17 anos foi apreendido na tarde desta terça-feira (27) após ser flagrado tentando estuprar uma criança de 3 anos em um abrigo, na cidade de Iguatemi, a 412 quilômetros de Campo Grande. Os dois moram juntos, de acordo com informações da polícia.

Segundo os dados do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) divulgados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, a situação de Mato Grosso do Sul se destaca no comparativo dos anos de 2020 e 2021 pela alta taxa de registro de estupro de vulnerável. Foram 73 casos para cada 100 mil habitantes.

Também nos casos de exploração sexual e crimes de pornografia infantil, os número de MS chamam a atenção. No primeiro caso a taxa de registro por 100 mil habitantes da faixa etária respectiva chega a 24 para adolescentes entre 15 e 17 anos e 15,2 para vítimas entre 10 e 14 anos, bem maior que a média dos outros Estados. E no segundo, apesar de São Paulo em números absolutos ser de longe o Estado com mais registros, quando olhamos para a taxa de ocorrência vemos que, de novo, o Mato Grosso do Sul, com uma
taxa de 16,4 por 100 mil habitantes na faixa etária de 0 a 17 anos, contra 2,4 de São Paulo.

Serviço:

Estupro de vulnerável é quando o mesmo ato é praticado com um menor de 14 anos, com uma pessoa com deficiência que não tem discernimento para a prática sexual ou com uma pessoa que, por qualquer motivo, não possa ter reação ao ato, como ocorreu neste caso.

Disque 180

O Disque-Denúncia, criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), permite denunciar de forma anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central chegam ao Ministério Público.

Disque 100

Para casos de violações de direitos humanos, o disque 100 é um dos meios mais conhecidos. Aliás, as denúncias podem ser feitas de forma anônima para casos de violações de direitos humanos.

O canal envia o assunto aos órgãos competentes no município de origem da criança ou do adolescente.

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