Maioria de governadores não comparece a ato pela Democracia

democracia
Foto: Ricardo Stuckert e Facebook

14 dos 27 governadores convidados, oficialmente, para participar do evento que marcou um ano dos ataques de 8 de janeiro, não participou do ato organizado pelo presidente Lula (PT) na segunda-feira (8), em Brasília. Entre os ausentes, as justificativas foram de agendas prévias, razões particulares e alguns, sequer deram algum motivo para não estar presente. 

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), foi um dos que não compareceu, com a justificativa, de estar em recesso, até o dia 14 de janeiro. O governador em exercício, Barbosinha (PP), também não compareceu, cumprindo agenda interna no dia da cerimônia. Mas, eles não foram casos isolados de ausência, outros governadores também não fizeram questão de comparecer ao evento. A lista inclui os governadores de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que foi representado pela vice-governadora, Celina Leão (PP), entre outros. 

Do Mato Grosso do Sul, estiveram presentes no evento “Democracia Inabalada”, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), a ministra Simone Tebet (MDB) e o superintendente do Patrimônio da União em Mato Grosso do Sul, Tiago Botelho (PT). 

Nas redes sociais, os nomes citados compartilharam momentos durante o evento. Além de fotos com as autoridades presentes e do local do evento, a ministra Simone Tebet (MDB), compartilhou trecho do discurso de posse de Ulysses Guimarães, como presidente da Assembleia Nacional Constituinte, em 5 de outubro de 1988 (Dia da Promulgação da Constituição Federal de 1988). 

“Traidor da Constituição é traidor da Pátria. Conhecemos o caminho maldito. Rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio e o cemitério. Quando após tantos anos de lutas e sacrifícios promulgamos o Estatuto do Homem da Liberdade e da Democracia bradamos por imposição de sua honra. Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo”, disse Ulysses.

Já a senadora Soraya Tronicke, disse em postagem que o 8 de janeiro, apesar de ficar marcado como um capítulo triste da história, marca também que a democracia prevaleceu no país. “O dia 8 de janeiro de 2023 vai ficar marcado como um triste capítulo na nossa história com a invasão e depredação do patrimônio público nas sedes do Três Poderes. Mas a data também ficará marcada como o dia em que a nossa democracia resistiu bravamente e se fez prevalecer. Agora, com as investigações feitas pelo Congresso Nacional, pelo Supremo Tribunal Federal e por todos os órgãos competentes, os culpados estão sendo responsabilizados e que a Justiça seja feita”, disse. 

Também presente no evento, o superintendente do Patrimônio da União em Mato Grosso do Sul,Tiago Botelho (PT), declarou: “Representar o Mato Grosso do Sul num ato no Congresso Nacional que tem como máxima exaltar a democracia e dizer que não aceitaremos golpista bandidos que destroem o patrimônio público e não respeitam a Constituição Federal me dá a certeza que estamos no lado certo da história. Democracia, sempre”! 

Deputados ausentes 

Nenhum deputado de Mato Grosso do Sul participou do ato em Brasília. A maior parte, usou como justificativa o período de recesso parlamentar (férias). Também ausente no evento em Brasília, a deputada Camila Jara (PT), compareceu no evento regional em Campo Grande, intitulado “O Brasil se une em Defesa da Democracia”, que foi organizado por sindicatos, organizações não governamentais, movimentos sociais e partidos de esquerda.

Bolsonaristas repudiam ato

Os deputados federais bolsonaristas: Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL), Dr. Luiz Ovando (PP), como era previsto, também não compareceram e repudiaram o ato. Ovando, também publicou um nota de repúdio ao ato. 

“Contrariando o que este evento sugere, nossa democracia está, sim, abalada. A evidente hipocrisia desse ato é ultrajante. O Congresso Nacional não deveria ser palco de cerimônias grandiosas que buscam glorificar um governo alinhado ideologicamente com o STF, agindo de forma vingativa e desrespeitando nossa Constituição Federal.Precisamos de ações concretas que restaurem a harmonia entre os Poderes e reafirmem os valores constitucionais de Justiça, Igualdade e Liberdade para todos”. 

Os senadores Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP), além de não comparecer ao ato, assinaram manifesto contra o ato, no qual criticam o presidente da República e o Supremo Tribunal Federal. Apesar, de ter se colocado diversas vezes a favor do ex-presidente Bolsonaro (PL), Nelsinho, faz parte de partido da base do governo Lula, que tem como principal aliado o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Por Daniela Lacerda.

Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.

 

Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *