O julgamento da morte de Marielly Barbosa Rodrigues promete ser de revelações. Isso porque, conforme informações dadas ao jornal O Estado, alguns pontos devem ser esclarecidos durante o julgamento nessa quinta-feira (15), em Sidrolândia. O caso ainda envolve muitos mistérios, principalmente sobre quem é o pai da criança que a jovem esperava.
Segundo informações divulgadas na época do acontecimento, Marielly não quis contar quem era o pai. Ela dizia que a gravidez traria muitos prejuízos à família. Contudo, algumas “teorias” apontam que o pai seria um político influente do Estado.
A juíza Silvia Eliane Tedardi da Silva, em substituição na Vara Criminal de Sidrolândia, deu no dia 20 de maio deste ano o despacho designando o júri para o mês de setembro. Com isso, os réus Hugleice da Silva, 38 anos, cunhado da vítima, e Jodimar Ximenes Gomes, 51 anos, serão julgados por provocar aborto e ocultação de cadáver da jovem, que na época estava com 19 anos.
O processo em questão tramita desde o dia 8 de agosto de 2011, quando o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) ofereceu denúncia contra Jodimar e Hugleice. O crime, ocorrido em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande, causou grande repercussão em Mato Grosso do Sul.
Vale ressaltar que o cunhado de Marielly chegou a ser apontado no início das investigações como o suposto pai da criança, hipótese que foi negada por ele durante a acareação, realizada em Sidrolândia. Mesmo assim, ele confessou que apenas levou Marielly até Jodimar.
Relembre o caso
O caso veio à tona quando foi registrado o desaparecimento de Marielly no dia 21 de maio de 2011. Dia em que o procedimento foi feito na casa do bairro São Bento, em Sidrolândia. A jovem teria passado mal e sofrido uma intensa hemorragia. No entanto, a polícia chegou à conclusão de que Marielly foi vítima de um aborto malsucedido.
O corpo da jovem foi encontrado somente 20 dias depois, no dia 11 de junho, em um canavial em Sidrolândia, já em avançado estado de decomposição.
Inclusive, por conta das condições em que os restos mortais da jovem foram localizados, que a polícia alegou na época que não foi possível fazer exame de DNA para saber quem era o pai da criança que ela esperava. A prisão dos dois chegou a ser decretada, depois de que a Polícia Civil entendeu que Hugleice exercia forte influência sobre a esposa e a sogra, sendo responsável pelas finanças, e que estaria atrapalhando as investigações. Quando liberado, se mudou para Mato Grosso com a família.
Hugleice voltou a ser notícia, dessa vez, em novembro de 2020 quando foi condenado por tentativa de homicídio contra a esposa Mayara, irmã de Marielly. Nesse processo, aberto em Alto Taquari (MT), foi sentenciado a 12 anos e 3 meses de prisão em regime inicial fechado.
Entretanto, ele foi solto por engano e saiu pela porta da frente da penitenciária. Isso porque um alvará de soltura expedido pela Justiça permitia a liberdade dele pelo crime cometido em 2011 contra a cunhada. Mas o processo pelo crime contra a esposa seguia em aberto. Já o enfermeiro Jodimar responde ao processo em liberdade.
Por Rafaela Alves – Jornal O Estado
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