Investigado em operação Cascalhos de Areia é personagem de outros processos

Imagens: Marcos Maluf
Imagens: Marcos Maluf

Produtor rural, André Patrola, como é conhecido, também é dono da AL dos Santos e ALS Transportes

Dentre os principais investigados da operação Cascalhos de Areia, deflagrada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), na última quinta-feira (15), está André Luiz dos Santos, mais conhecido por André Patrola. Dono de duas empreiteiras e produtor rural, “Patrola” é personagem em outros processos também, como o que investiga o ex-prefeito Marquinhos Trad por abuso sexual, aberto no ano passado.

André também é investigado por crimes ambientais. Ele já foi multado em R$ 1,3 milhão por desmatamento ilegal no Pantanal e, no ano passado, a empresa teve R$ 286,3 mil bloqueados por desrespeito a um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para preservação da APP (Área de Preservação Permanente) do Guariroba, onde ficam os mananciais do córrego que abastece parte de Campo Grande.

A operação Cascalhos de Areia aponta, na investigação, indícios de fraude à licitação, corrupção passiva e ativa, peculato, lavagem de capitais e organização criminosa contra empreiteiras e servidores. O valor envolvido passa de R$ 300 milhões, em licitações da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), a partir de 2017, quando o prefeito era Marquinhos Trad. O objeto dos contratos é a manutenção de vias não pavimentadas, ou seja, o cascalhamento, serviço que afeta diretamente a vida de quem vive nos bairros menos favorecidos de infraestrutura.

Duas das empresas são de André Patrola, a ALS dos Santos e a ALS Transportes. As firmas mantêm contratos milionários com a prefeitura de Campo Grande e prefeituras do interior de Mato Grosso do Sul, para locação de máquinas e equipamentos. 

Conforme informações, desde 2013 são milhões em licitações vencidas pelas empreiteiras, para pavimentação e manutenção de ruas na Capital, além de aluguel de equipamentos, em contratos que continuam vigentes até hoje.

 

Favorecimento à prostituição

André Patrola foi denunciado também por favorecimento à prostituição ou outra forma de prostituição no ano passado, dentro da investigação que também envolve o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, na época, candidato ao governo. Inclusive, o caso ganhou repercussão em meio à campanha eleitoral. O processo corre em sigilo e não há mais informações sobre o desfecho.

A equipe do jornal O Estado tentou contato, por telefone, com a empresa ALS para ouvir os responsáveis, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

 

Crimes ambientais

No ano passado, André foi condenado, pela Justiça de Mato Grosso do Sul, por poluir com agrotóxico a Área de Proteção Ambiental do Guariroba, em Campo Grande. De acordo com a investigação, o uso de agrotóxico proibido provocou a devastação de área de preservação. O empreiteiro tentou suspender a execução da sentença, mas o pedido foi negado pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

Em outro processo, o investigado foi multado em R$ 1,3 milhão pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), por desmatamento ilegal no Pantanal. O caso chegou a ser noticiado pelo programa Globo Rural, que o empreiteiro André teve autorização para desmatar 998 hectares da fazenda Alegria, no Pantanal da Nhecolândia, mas acabou derrubando 1.372 hectares. Ele é acusado de destruir uma área de preservação na fazenda da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

Por Rafaela Alves– Jornal O Estado do MS.

Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.

Acesse também as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *