‘Internet mudou de categoria e hoje é essencial dentro do orçamento familiar’, afirma economista

Banco Central
Foto: Divulgação/ Agência Brasil

Celular é o principal meio de acesso à internet em MS, planos pré-pago variam entre R$ 47 e R$ 97 por mês

Pesquisa divulgada em 2022 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontou que 92,2% dos domicílios em Mato Grosso do Sul têm acesso à internet. Ainda segundo o levantamento, o Estado de Mato Grosso do Sul supera o nível nacional de acesso à internet e está entre os 10 Estados com maior percentual. Já as residências que não possuem acesso, equivalem a 74 mil domicílios. Entre os aparelhos de acesso à internet, o celular ficou em primeiro lugar entre os sul- -mato-grossenses em 2021, com 99,5% de adesão. A televisão foi o segundo equipamento mais utilizado, computadores e tablets ficaram na terceira posição.

O Estado tem mais de 300 operadoras em funcionamento. Um plano de internet residencial pode custar, atualmente, de R$ 90 a R$ 300 reais (média), dependendo da velocidade e da capacidade de upload (transfere arquivos de um dispositivo para internet, como postar uma foto na rede social ou encaminhar um anexo por e-mail.) e download (baixar um arquivo da internet para um dispositivo, como imagens, vídeos, músicas e documentos). Já um plano pré-pago de internet para celular pode ser encontrado por R$ 47 reais mensais, com 7 GB, podendo chegar a planos de 31 GB por R$ 97 por mês. Hoje, os consumidores têm também a opção deplanos pós-pago em pacotes para a família (5 linhas), que oferecem planos, por exemplo, de 203 GB por R$ 512 ao mês, divididos entre os celulares.

Segundo o economista Lucas Mikael, as transformações tecnológicas das últimas décadas alteraram o comportamento orçamentário das famílias e tornaram o plano de internet um gasto essencial. Ele explica que gastos essenciais são aqueles fundamentais para a vida e o desenvolvimento do dia a dia. São aqueles que, em um momento de emergência ou de corte financeiro, não é possível abrir mão.

Quanto ao impacto financeiro desse gasto, o especialista diz que variará de acordo com o consumo individual. Segundo a última POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) disponível, realizada pelo IBGE, entre 2009 e 2018, os gastos da população com planos de assinatura de TV, telefone e internet praticamente dobraram, saindo de 0,6% para 1,1% das despesas mensais. Em 2008, os brasileiros gastavam mais com telefone fixo do que com pacotes de telefonia e internet. A conta, no entanto, se inverteu em 2018.

Para o doutor em ciências da comunicação da UBI (Universidade da Beira Interior/ Portugal), Hélder Filipe Prior, a tendência é que a internet cresça ainda mais, ano após ano. “A sociedade atual está dividida em quem tem acesso a conhecimento e aqueles que vivem excluídos de todos os setores, por estar em um ambiente com ausência de internet. É muito importante que cada vez mais exijamos dos governos que diminuam essa brecha digital que aumenta a desigualdade social.”

Quem são os desconectados?

Estudo do Instituto Locomotivas e da empresa de consultoria PwC, divulgado em 2022, identificou que 33,9 milhões de brasileiros não têm acesso à internet e outros 86,6 milhões não conseguem se conectar todos os dias. De acordo com o estudo, essas pessoas são, na maioria, homens não alfabetizados e idosos, das classes: C, D, E. 68% dos domicílios brasileiros sem acesso à internet apontam o alto preço dos serviços como um dos motivos para não os contratar. O estudo conclui que a falta de acesso à internet destacada não só reflete a disparidade socioeconômica do país como ajuda a reforçá-la. As consequências serão vistas no futuro, em mais informalidade do mercado de trabalho, redução do índice de produtividade do país, que já é considerado baixo, atraso no desenvolvimento humano e profissional da próxima geração e redução do acesso a serviços públicos.

5G

Ao todo, 315 cidades em todo o país contam com a tecnologia 5G, que completou um ano de ativação. O sinal já foi instalado em todas as capitais, cidades com mais de 500 mil habitantes e em metade das cidades com mais de 200 mil habitantes. Mato Grosso do Sul possui antenas instaladas em Campo Grande, Três Lagoas, Dourados e Ribas do Rio Pardo. A maior parte das antenas estão instaladas na Capital. Dentre os bairros onde há antenas com a nova tecnologia estão: Carandá Bosque, Centro, Guanandi, Jardim dos Estados, Jardim TV Morena, Vila Albuquerque, Vila Ipiranga, Vila Resende, Vila Taveirópolis e Arnaldo Estevão Figueiredo.

Por – Daniela Lacerda

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