A Funai (Fundação Nacional do Índio) comunicou neste sábado (27), que o indígena que vivia isolado na Terra Indígena Tanaru, em Rondônia, morreu na última terça-feira (23). Conhecido como “índio do buraco” e “Índio Tanaru”, o homem era o último sobrevivente de uma etnia não identificada, que foi massacrada na década de 1990.
De acordo com a fundação, o homem foi encontrado em uma rede de dormir na palhoça em que vivia, pela equipe da Frente de Proteção Etnoambiental Guaporé. A perícia foi realizada pela Polícia Federal com o apoio de peritos criminais de Vilhena. Especialistas do Instituto Nacional de Criminalística de Brasília também estavam presentes, além de servidores da Funai.
A fundação esclarece na nota de pesar que o local não apresentava sinais de violência. “Também não havia sinais de violência ou luta. Os pertences, utensílios e objetos utilizados costumeiramente pelo indígena permaneciam em seus devidos lugares”.
No comunicado, é revelado que a principal suspeita é de que a morte tenha ocorrido por causas naturais, mas que essa hipótese só será confirmada quando o laudo do médico legista da Polícia Federal for concluído.
Conhecido como “índio do buraco”, por deixar diversas valas profundas pela mata, o homem era monitorado há 26 anos pela Funai e vivia isolado. O restante do seu povo, que vivia na região, foram alvos de diversos ataques durante as décadas de 1980 e 1990. Em 1995, quando vivia isolado com outras seis pessoas, o grupo sofreu um ataque de madereiros e o indígena foi o único que sobreviveu. Ninguém foi punido pelo crime.
O Índio Tanaru rejeitou todas as tentativas de contato feitas pela Funai. Desde 2005, ele passou a ser monitorado apenas a distância. Em alguns momentos, os servidores da fundação chegavam a deixar algumas ferramentas e sementes nos locais que o índigena passava.
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