Ibovespa cai 1,18% com fim da euforia com privatizações

A euforia que levou o Índice Bovespa a subir 2% na quarta-feira se dissipou nesta quinta e o indicador devolveu mais da metade do que havia conquistado e por pouco não perdeu novamente o patamar dos 100 mil pontos. A queda foi atribuída a uma correção de exageros após leitura menos otimista do plano de privatizações do governo, em um dia em que a cautela predominou no mercado internacional. Ao final dos negócios, o indicador marcou 100.011,28 pontos, na mínima do dia, em baixa de 1,18%.

Entre as blue chips que fazem parte do “kit privatização”, somente as da Eletrobras tiveram fôlego para dar continuidade ao movimento de alta gerado pelo anúncio de 17 empresas a serem privatizadas. Isso porque o secretário especial de Desestatização, Desenvolvimento e Mercados, Salim Mattar, disse que a estatal do setor elétrico deve ser privatizada mais cedo que as demais porque precisa de dinheiro. Ao final do pregão, Eletrobras ON e PNB subiram 4,07% e 4,02%. Já papéis como Banco do Brasil e Petrobras oscilaram em terreno negativo, não mais sob o efeito das especulações que inflaram os papéis na quarta-feira.

“A alta de quarta-feira foi um movimento exagerado, apoiado em informações sobre privatizações que não vão acontecer da noite para o dia. Hoje, sem a euforia da véspera, faltaram notícias capazes de sustentar o mercado”, disse Ariovaldo Ferreira, gerente da mesa de renda variável da H.Commcor. Ele conta que foi grande a expectativa pelo discurso de sexta do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.

Apesar de as quedas não terem anulado totalmente os ganhos da quarta-feira, Ferreira ressalta as perdas acumuladas nas últimas semanas seguem bastante relevantes, revelando a cautela do investidor com o cenário de guerra comercial e desaceleração econômica no mundo. “Em um cenário de incertezas, muitos investidores acreditam que a fala de Powell trará algum componente novo para o mercado estimar os novos passos da política monetária dos EUA. Mas ele não tem obrigação de fazer isso”, disse o profissional. (O Estado de S. Paulo)

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