Governo federal prevê vacinação 5 dias após aval da Anvisa

Até o momento, 4 vacinas estão nos testes finais para pedir aprovação

A vacinação contra a COVID-19 no Brasil deve começar cinco dias após a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a entrega do produto. A informação foi repassada ontem (15), pela AGU (Advocacia-Geral da União) ao STF (Supremo Tribunal Federal). Enquanto o país espera pela vacina, os casos do novo coronavírus aumentam. Em Mato Grosso do Sul, a segunda onda do vírus está lotando os hospitais e minando a possibilidade de novas ampliações de leitos UTI (Unidades de Terapia Intensiva).

O documento foi enviado ao STF após o ministro Ricardo Lewandowski pedir que a data para o início da vacinação fosse informada pelo Ministério da Saúde. Além disso, o ministério prevê que a imunização para quatro grupos prioritários leve quatro meses. Já o prazo estimado para vacinação da população em geral é de 12 meses. Isso vai depender da quantidade de vacinas entregue pelos laboratórios.

Atualmente, as vacinas dos laboratórios Astra Zeneca, Jansen, Sinovac e Pfizer estão na terceira fase de testes, que antecede o pedido de registro na Anvisa. Até o momento, nenhum dos laboratórios que desenvolvem a vacina pediu autorização da Anvisa para a comercialização.

O plano prevê os seguintes grupos prioritários na primeira fase: trabalhadores da saúde, pessoas com mais de 75 anos, pessoas de 60 anos ou mais que estejam em abrigos ou asilos e indígenas. Na segunda etapa, pessoas com 60 anos a 74 anos que não estejam em asilos. Na terceira etapa serão contempladas as pessoas com comorbidades e, na quarta etapa de vacinação, professores, de nível básico ao superior, forças de segurança e funcionários do sistema penal.

“Por fim, é importante lembrar que, até o presente momento, ainda não há uma vacina disponível para uso imediato no mercado brasileiro, o que, por evidente, é condição para imediata disponibilização da vacina.

Ademais, a incorporação de uma vacina no Calendário Nacional de Vacinação dependerá da aprovação do imunobiológico pela Anvisa, por processo de submissão regular ou emergencial”, diz o documento.

Leitos

Enquanto a vacina não chega, o desafio do Poder Público é manter o atendimento para a população. Porém, MS parece se aproximar de um colapso no sistema de saúde. Conforme o secretário estadual de Saúde, as possibilidades de ampliação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) se esgotaram no Estado. “Estamos em um momento crítico, com superlotação nos principais hospitais do Estado e não temos mais como ofertar leitos de UTI em Mato Grosso do Sul”, disse.

Ao jornal O Estado, Resende frisou que, se não houver a desaceleração da propagação de COVID-19 em Mato Grosso do Sul, será preciso escolher quem será designado para um leito de UTI primeiro e quem ficará na espera. “Chegamos ao auge da nossa capacidade de ofertar leitos à população do Estado. Se a população não contribuir com o uso de máscaras, com as regras de higiene, teremos uma inexistência de leitos para todo mundo”, afirmou.

Com as novas confirmações, o Estado atingiu o patamar de 114.631 casos e 1.967 mortes, 18 só nas últimas 24 horas, sendo 6 vítimas em Campo Grande. Essa média de vítimas é a maior desde 17 de setembro, quando 15,57 pacientes morriam em Mato Grosso do Sul diariamente.

Outros 639 pacientes permanecem internados em Mato Grosso do Sul. Destes, 356 estão hospitalizados em leitos clínicos e 283 em leitos de UTI. Separadas por macrorregiões, Campo Grande atingiu o alarmante índice de 96% de ocupação dos leitos de UTI. Dourados (86%); Três Lagoas (80%) e Corumbá (70%).

O HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), referência no atendimento a pacientes com o novo coronavírus, atingiu o índice de 108% de taxa de ocupação. Conforme o último boletim divulgado pela instituição, 178 pacientes permanecem hospitalizados, sendo 84 em leitos de enfermaria e 94 em leitos de UTI.

Mariana Moreira e Mariana Ostemberg

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