O governo Bolsonaro adiou o anúncio do valor do Auxílio Brasil, programa social que substituirá o Bolsa Família e estava previsto para ser anunciado hoje (19), às 17h (em Brasília). estrutura foi montada, o credenciamento foi mobilizado e alguns convidados até chegaram à sede do governo, mas acabaram indo embora.
Na reunião entre o presidente Jair Bolsonaro, Paulo Guedes e outros ministros da articulação, realizada na segunda-feira (18), ficou acertada essa saída para compensar os mais pobres pelo efeito da inflação pós-pandemia.
O governo deve aproveitar o orçamento do Bolsa Família deste ano para custear os R$ 400 por beneficiário. E prevê o pagamento da seguinte forma: Os beneficiários receberão R$ 300, que sairão da verba do Bolsa Família para 2021 (R$ 34,7 bilhões). Os outros R$ 100 virão de um “orçamento temporário”, que terá o montante de R$ 40 bilhões.
Parte desse “orçamento temporário” ficará fora do teto de gastos públicos. A manobra evita que o governo seja acusado de desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Nos bastidores, uma medição de forças tem atrasado a formatação final do Auxílio Brasil. Técnicos do Ministério da Economia são contra qualquer pagamento fora do teto.
Porém, a ala política do governo tem pressionado o ministro Paulo Guedes. Além da ajuda social, os pagamentos representam uma possibilidade de ampliar o apoio a Bolsonaro, que pode concorrer à reeleição em 2022. O presidente espera que a alta de R$ 189 (ticket médio atual do Bolsa Família) para R$ 400 resulte em mais votos no ano que vem.
Para a equipe de Guedes, o custeio do Auxílio Brasil deve vir da aprovação do projeto de reforma do Imposto de Renda, que prevê a taxação de dividendos. No entanto, o relator da proposta no Senado, Angelo Coronel (PSD-BA), afirma que vai retirar a tributação do texto.
*Matéria atualizada às 16h30
(Com informações Metrópoles com Poder 360)